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Delegado da polícia é preso por matar boliviano dentro de ambulância

Publicado em 29/03/2019 Editoria: Polícia


Delegado foi preso durante operação do Garras (Foto: Anderson Gallo/Diário Corumbaense)

Delegado foi preso durante operação do Garras (Foto: Anderson Gallo/Diário Corumbaense)

Foi preso durante operação na manhã desta sexta-feira (29) o delegado da Polícia Civil, Fernando Araújo da Cruz Junior, 34 anos, pelo assassinato do boliviano Alfredo Rangel Weber, 48 anos, dentro de uma ambulância, em Corumbá - distante 446 quilômetros de Campo Grande. A vítima foi morta a tiros pelo delegado no dia 23 de fevereiro. 
 
O delegado, titular da DAIJI (Delegacia de Atendimento à Infância, Juventude e do Idoso), foi preso na casa onde vivia com a família, localizada no cruzamento das ruas Dom Aquino e 15 de Novembro, no Centro. Lá, também foram apreendidos vários objetos. Além de Fernando, uma mulher foi detida no local e colocada na viatura durante cumprimento de mandado de busca e apreensão. Ela ainda tentou fugir, de acordo com o site Diário Corumbaense. 
 
Em outro imóvel, no cruzamento das ruas Cabral com a Firmo de Matos, a equipe fez busca e apreensão. O morador da residência, também policial civil, foi levado para prestar depoimento, depois que foram realizadas buscas no imóvel e também no comércio dele, que fica em frente à casa. O nome dele ainda não foi divulgado. A ação foi deflagrada pela Corregedoria da Polícia Civil com apoio da DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídio) e do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco e Resgate a Assaltos e Sequestros).
 
Crime - Segundo as investigações, o delegado não foi apenas o autor dos disparos que mataram Alfredo dentro da ambulância, mas também foi o responsável pelas facadas horas antes. A história começou durante as eleições para presidente da associação de agropecuaristas na Bolívia, onde o sogro de Fernando, Asis Aguilera Petzold (o atual prefeito da cidade de El Carmen), concorria ao cargo.
 
Alfredo, que apesar do envolvimento com o narcotráfico, é conhecido como pecuarista na região, participou das eleições e foi para a festa de um amigo. No entanto, ao fim do dia, voltou ao local em que as votações aconteciam. Lá, encontrou a esposa de Fernando e a filha de Asis, Sílvia Aguilera, 31 anos. Conforme as investigações, a mulher já foi casada com Odacir Santos Corrêa, ex-sócio de Alfredo, preso pela Policia Federal durante a Operação Nevada, em 2016.
 
Ao ver a mulher, Asis teria cobrando dívidas do ex-marido e ameaçado os filhos dela de morte. Os dois discutiram e a confusão foi separada por Asis, que ao lado de Fernando, sentou-se em uma mesa para conversar com Alfredo. Se aproveitando do momento, o delegado teria levantado, se armado com uma faca e desferido pelo menos três golpes nas costas de Alfredo. O homem foi levado para um hospital local, mas devido a gravidade transferido para Corumbá.
 
A ambulância, então, saiu da cidade boliviana em sentido a fronteira brasileira. Já em território sul-mato-grossense foi fechada por uma caminhonete preta, cabine simples. O motorista desceu do veículo, foi até a ambulância, abriu a porta e atirou quatro vezes. Três tiros atingiram a cabeça da vítima, um deles o tórax. Sem ter o que fazer, o motorista voltou com o corpo para o país vizinho. Principal suspeito do crime na Bolívia, Fernando também se tornou alvo da polícia brasileira.


› FONTE: Campo Grande News