Liberdade de expressão tem que ser para todo mundo, diz Bolsonaro
Publicado em 04/06/2020
Editoria: Brasil
Presidente falou em resposta a apoiador que sugeriu a ele que processasse seus críticos
O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira (4) que "liberdade de expressão tem que valer para todo mundo". A declaração ocorreu em resposta a um apoiador que, em frente ao Palácio da Alvorada, disse que o mandatário deveria processar críticos que se referem a ele como "genocida".
"Se o cara me chama de fascista por exemplo e eu processo, não acontece nada. Se eu chamo ele de fascista, levo R$ 20 mil no ombro. Não adianta, minha taxa de sucesso é próxima de zero. E outra coisa: se é liberdade de expressão, tem que valer pra todo mundo", respondeu Bolsonaro.
A fala foi transmitida no perfil do presidente no Facebook.
Em meio à pandemia do novo coronavírus e após semanas de atos pró-Bolsonaro, o governo foi alvo de manifestações contra o presidente no domingo (31). Novos atos foram convocados para este fim de semana.
Em reação, Bolsonaro na terça (2) classificou como marginais e terroristas os integrantes dos chamados grupos antifascistas que estão promovendo os protestos.
"Começou aqui com os antifas em campo. O motivo, no meu entender, político, diferente [daquele dos protestos nos EUA]. São marginais, no meu entender, terroristas. Têm ameaçado, domingo, fazer movimentos pelo Brasil, em especial, aqui no DF", disse Bolsonaro.
Na segunda-feira (1º), o presidente já havia dito a seus apoiadores que eles não deveriam ir às ruas no próximo domingo (7), como fazem todos os finais de semana, já que, neste, está marcado um ato contra o fascismo e em oposição ao governo Bolsonaro.
Nesta quinta, Bolsonaro também conversou em frente ao Alvorada com um grupo de atiradores e colecionadores de arma de fogo. Eles agradeceram o mandatário pela edição de normas que facilitaram o acesso a armas e munições e pediram novas medidas para, segundo eles, "desburocratizar" procedimentos.
Bolsonaro determinou que um integrante do governo se reúna com o grupo para ouvir suas demandas em detalhe.
› FONTE: Folha