Com repasses em atraso, Santa Casa reduz atendimentos na ortopedia
Publicado em 14/06/2020
Editoria: Saúde
De 97 internados no setor de ortopedia da Santa Casa, 49 esperavam por cirurgia
Crise na Santa Casa já afeta setor mais sensível da saúde: o trauma
Estrutura do hospital não dá conta dos atendimentos porque está concentrando todos os casos de doenças que não se tratam de covid
Com repasses atrasados desde março deste ano, a Santa Casa de Campo Grande restringiu nesta semana os atendimentos e vem recebendo apenas pacientes de urgência e emergência. Leia mais aqui e aqui.
E como não poderia ser diferente, um dos setores mais sensíveis da saúde, o do trauma, sente o efeito da crise e já afeta o dia a dia de quem depende do atendimento do hospital.
Internada desde 2 de junho, Érika de Oliveira Pinheiro, de 35 anos, achou que seria rápido se curar de uma fratura no braço depois de acidente de moto, em 30 de maio. Atendida e medicada na urgência, a atendente de restaurante está com uma tala no braço desde o acidente.
Dias depois a chamaram para a cirurgia, que é necessária, e a internaram em 2 de junho. Ela espera o procedimento até agora e realiza, “todos os dias”, segundo o próprio relato da paciente, jejum de comida e água, por 15 horas “porque todos os dias me falam que a cirurgia pode ser amanhã, e nunca é”, relata.
Ela conta ainda que seu caso é tratado como encaixe e “se sobrar vaga entro e se não sobra, não entro”.
Para ela, nem mesmo o que os profissionais falam está sendo levado a sério. “Alguns falam que é falta de materiais, outros que não tem médico para dar conta de todo atendimento e não sei mais no que acreditar”.
Para Érika, que mora em assentamento na saída para Rochedinho, a espera é a única saída, já que mesmo querendo ir embora, todos os dias, “se eu sair perco a vaga e volto pro final da fila. E se tendo sido chamada já não fazem a cirurgia, imagina se eu for embora”, lamenta.
› FONTE: Campo Grande News