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Piloto suspeito de ter simulado sequestro em São Paulo foi preso em MS

Publicado em 18/07/2020 Editoria: Polícia


A Polícia Civil do Estado de Mato Grosso do Sul, através da Delegacia Especializada De Combate ao Crime Organizado – Deco, desencadeou na manhã de ontem (17), mais uma etapa da Operação Ícaro - fase Rota Caipira - decorrente de representação criminal da Delegada Titular da Deco junto ao Poder Judiciário da Comarca de Paranaíba por prisões preventivas de integrantes de organização criminosa especializada em tráfico aéreo de entorpecentes - narcotráfico naquela cidade. A operação foi desencadeada com apoio da Delegacia Regional de Paranaíba.
 
As prisões preventivas decretadas são do piloto Edmur Guimara Bernardes, 78 anos, e do recepcionista Idevan Silva Oliveira, 53 anos, funcionário público municipal.
 
No ano passado, os dois noticiaram à Polícia Civil que Idevan teria sido rendido e ficado em cárcere na recepção do aeroporto enquanto a aeronave era roubada. Segundo a falsa comunicação, Edmur teria sido sequestrado e obrigado a pilotar a mesma.
 
No dia seguinte aos fatos, alegando que teria conseguido fugir de uma pista na Bolívia e retornar ao Brasil, Edmur alegou ter pousado em Cáceres-MT onde se apresentou se à Polícia Federal, foi ouvido e liberado, chegando em Paranaíba no final da manhã do dia 20/06/2019 no comando da aeronave roubada PR-NAL.
 
Na ocasião ele foi recebido sob grande comoção social, tendo sido a aeronave apreendida e a investigação repassada para presidência junto à Especializada.
 
Investigação
 
A equipe policial, acompanhada de perito criminal, descolou-se até o município no dia 24 de junho daquele ano e, de imediato, procedeu a reprodução simulada dos fatos com o piloto Edmur que afirmava ter sido sequestrado e rendido quando estava saindo de casa e que teria sido obrigado a dirigir a sua caminhonete até o aeroporto, onde teria sido obrigado a abrir o hangar ao qual tinha livre acesso, visto que era o piloto e prestava alguns voos nas aeronaves do proprietário daquele hangar.
 
O piloto alegou ainda ter sido obrigado a decolar a aeronave na companhia de dois sequestradores, tendo cruzado de Paranaíba até o Paraguai e de lá para Bolívia, sob argumento de que teria resgatado uma liderança criminosa na fazenda paraguaia para deixá-la em área rural na Bolívia, de onde, após um descuido dos seus sequestradores, teria fugido com a aeronave e retornado ao Brasil.
 
Idevan, que era encarregado da recepção do aeroporto municipal, durante a reprodução simulada dos fatos afirmou que teria sido rendido e mantido trancado e amarrado, de onde teria conseguido desvencilhar-se de um fio de mouse que o prendia e reportado os fatos ao proprietário do hangar e da aeronave, que foi quem acionou a Polícia Civil.
 
Diante das versões divergentes apresentadas e demais diligências que incluíam análise de imagens do circuito interno do hangar, a delegada Ana Cláudia Medina representou por mandados de busca e apreensão em residências, fazendas e hangares do aeroporto de Paranaíba, bem como pelas prisões temporárias de Edmur e de Idevan que acabaram prorrogadas até julho de 2019.
 
Comparsa
 
A Deco manteve em sigilo a prisão preventiva representada em desfavor de Adevailson Ribeiro, vulgo Zóio, integrante de facção criminosa e atuante na região de Birigui-SP, que foi cumprida pelos policiais no final do mês de junho deste ano, na residência do mesmo, em Birigui.
 
Durante a investigação, Zóioi foi identificado como um dos integrantes da organização criminosa que decolou a bordo da aeronave na companhia de Edmur, em 18/06/2019, sob alegação de roubo de aeronave e sequestro de piloto.
 
Zóio foi recambiado ao Mato Grosso do Sul, onde foi interrogado pela equipe da Deco e confirmou a participação do piloto e do recepcionista que se declaravam vítimas, inclusive indicando que o autor intelectual de toda a encenação em torno do que fora registrado pelas câmeras de monitoramento foi o próprio piloto.
 
Ele afirmou ainda que há dias coordenava com os demais integrantes do grupo o falso enredo para justificar o uso da aeronave de seu patrão para atravessar as fronteiras do país transportando integrantes de facção criminosa predominante nos presídios nacionais, para atuação em tráfico de entorpecente tanto na Bolívia quanto no Paraguai - especializados em tráfico aéreo de drogas - e depois retornar ao Brasil como se fosse um herói.
 
Diligências
 
Nesta etapa da Operação Icaro - fase Rota Caipira - a Deco deu cumprimento a novo mandado de prisão em desfavor do piloto Edmur, agora de maneira preventiva, bem como, promove diligências para localização do funcionário público municipal Idevan, que também foi apontado como autor dos fatos, com a missão de facilitar todo o enredo criminoso no local.
 
Diversas diligências mantidas em sigilo pela equipe são desencadeadas em torno de residências, comércio e também no aeroporto municipal da cidade, onde os fatos ocorreram no ano passado.
 


› FONTE: PC MS