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Servidor da Saúde de Campo Grande morre vitima da covid-19

Publicado em 10/08/2020 Editoria: Saúde


Marcos Gasparetto morreu esta manhã, depois de passar mal na última quinta-feira, quando procurou atendimento médico
 
Profissional da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande), Marcos Roberto Gasparetto Ferreira morreu esta manhã, aos 51 anos, de covid-19. Obeso, amigos relatam que ele não teria outras comorbidades e lamentam o que chamam de “descaso” da secretaria com o servidor.
 
Colegas de trabalho de “Marcão”, como era conhecido, reclamam que durante todo este dia, nenhuma nota de pesar foi emitida pela Sesau ou pela prefeitura em homenagem ao profissional, que teria ao menos 15 anos de serviços prestados ao Poder Público.
 
Nas redes oficiais da secretaria e da administração, realmente não havia nenhuma menção ao falecimento de Marcos até o fechamento desta matéria. “Sempre que alguém morre, há alguma homenagem, a gente vê isso nos sindicatos, nos hospitais, aqui na prefeitura não”, disse servidora, sem se identificar.
 
Para ela, médicos e enfermeiros são heróis, mas os que atuam na Saúde em outras áreas, são “lixo”. “Marcão era motorista, ia e voltava com os pacientes que fazem diálise, de segunda a segunda e não merece nenhuma homenagem nesse momento. Por que? Por que era motorista?”, questiona.
 
Para ela, “é triste ver que até agora, no meio da tarde, não teve nenhuma comoção. Ele já deve ter sido enterrado e não tem luto”, lamenta, relembrando que o colega era uma “profissional maravilhoso” e que prestou da melhor forma o serviço que fazia.
 
A servidora lamenta ainda o veto do prefeito Marcos Trad (PSD) ao adicional por insalubridade no salário dos servidores. “Além do prefeito ter vetado a insalubridade agora sequer se manifesta na morte de um funcionário. Nos vetam direitos constitucionais e agora até a dignidade”, relata.
 
Em resposta, a Sesau informou que setor da secretaria específico para casos de falecimento está em contato direto com a família de Marcos, “dando o suporte necessário para superar esse momento de uma perda incalculável”.
 
A pasta diz também que tem tomado todas as medidas de segurança com os servidores, “inclusive foi realizada uma testagem em massa no início do mês de junho”.
 
Sobre o adicional de insalubridade aos profissionais que atuam na linha de frente do combate ao novo coronavírus, o projeto de lei foi considerado irregular pela Procuradoria Jurídica da prefeitura, por extrapolar a competência da Câmara.
 
“Aprovado, ele infringiria o Princípio da Legalidade e da Separação dos Poderes para formalidade do ato, causando o seu indeferimento por inconstitucionalidade”, diz nota da Sesau, que inclui que a Lei 173, de 27 de maio de 2020, da Presidência da República, também foi levada em conta, já que “proíbe expressamente o  aumento ou vantagem em decorrência da pandemia do Covid-19, exceto quando derivado de sentença judicial”.
 
Marcos Roberto trabalhou normalmente até a última quarta-feira (05), conformema secretaria e até então, não havia apresentado nenhum sintoma. Ao passar mal no dia seguinte, passou por avaliação médica, sendo intubado no sábado (8) e falecendo hoje. 
 


› FONTE: Campo Grande News