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Santa Casa anuncia colapso e diz que tem antibiótico suficiente só para 48 horas

Publicado em 17/09/2020 Editoria: Saúde


No hospital, 140 medicações estão em falta, sedativo rende no máximo, 7 dias, garante a direção
 
A Santa Casa de Campo Grande a colapsar pela segunda vez em menos de dois meses. Na tarde de ontem, quarta-feira, a administração anunciou dívidas de R$ 70 milhões e superlotação dos leitos públicos. Fluxo comum de pacientes aliado as internações de contaminados com o novo coronavírus é apontado como motivo para a situação caótica.
 
Conforme o presidente da ABCG (Associação Beneficente de Campo Grande), responsável por gerir a unidade, Heber Xavier, são 599 leitos SUS contratualizados. Até o meio-dia de hoje, havia 635 pacientes internados, sendo 613 ocupando leitos públicos.
 
A prefeitura afirmou que a unidade operava com 89% dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva), mas a entidade apresenta situação ainda mais grave com 79 das 80 vagas para pacientes graves ocupadas até a noite de ontem.
 
No hospital, 140 medicações estão em falta. Sedativo rende no máximo, 7 dias, e antibiótico para apenas 48h.
 
As compras acabam esbarrando nas dívidas da instituição. São cerca de R$ 70 milhões que precisam ser repassados para fornecedores, pagamentos de taxas e impostos. O saldo negativo acaba atrapalhando a aprovação de crédito a praça.
 
O problema também afeta os profissionais. Quase metade dos médicos está com salários atrasados em uma semana.
 
"Atendemos praticamente todo o estado e todo tipo de acidente. Temos 30 pacientes no pronto socorro aguardando vaga hoje. Precisamos estar atentos de que podemos entrar em colapso", alertou o superintendente da gestão medico-hospitalar da Santa Casa, Luiz Alberto Nakamuro.
 
De novo – No final de julho, o hospital chegou a colapsar após receber 88 vítimas de violência e acidentes na ala de atendimento de alta complexidade. A situação chegou a este ponto, após a flexibilização das medidas de isolamento social pela prefeitura. A recomendação da OMS (Organização Mundial da Saúde) é justamente para conter as contaminações e evitar o colapso do sistema de saúde. 
 


› FONTE: Campo Grande News