Morto com irmão gêmeo nem chegou a registrar filho de 7 dias
Publicado em 28/09/2020
Editoria: Polícia
Crime ocorreu na madrugada do último sábado (26) no Bairro Mata do Jacinto, em Campo Grande
Rafael Muler Passos, 31 anos, executado a tiros na madrugada de sábado (26) com o irmão, Alexandre Muler Passos, na quitinete onde moravam, no Bairro Mata do Jacinto, nem chegou a registrar o filho, de apenas 7 dias. Os gêmeos estão sendo velados na manhã desta segunda-feira (28) na Pax Nacional.
Ao Campo Grande News, a namorada de Rafael, Loruama Paula de Souza, 29 anos, contou que a última vez que viu a vítima foi na sexta-feira (25), por volta das 11h. Ele foi visitar o filho recém-nascido. "Nem chegamos a registrar", disse.
Loruama contou que conheceu Rafael há um ano e seis meses, por aplicativo de relacionamento do Facebook. Eles chegaram a morar juntos por alguns meses no Bairro Nova Lima, mas como a gravidez da namorada era de risco, ele resolveu mudar da casa por causa da pandemia. "Era um pai preocupado, uma ótima pessoa. Só tenho coisas boas para falar dele", comentou.
A irmã dos gêmeos, Sabrina Mulher Passos, 28 anos, era a única parente dos irmãos em Campo Grande. Ela foi a primeira a mudar de Manaus, cidade natal da família, para o Mato Grosso do Sul. Há três anos, Rafael decidiu mudar também. Na Capital, ele trabalhava como estoquista em um supermercado.
Alexandre estava em Campo Grande há três meses, mas já havia passado uma temporada na cidade no começo do ano. Ele trabalhava como repositor em uma empresa de bebidas. Para a irmã, a morte dos gêmeos é um mistério. "Eles eram trabalhadores, tranquilos e nunca tiveram passagem pela polícia", disse Sabrina.
Quando recebeu a notícia da morte dos irmãos, a jovem acreditou que fosse um trote. &39;&39;Recebi ligação da pax no sábado de manhã. Fiquei desesperada, até achei que era trote", contou. Sabrina foi até a delegacia e, no local, teve a confirmação da morte de Rafael e Alexandre. "Minha primeira reação foi perguntar o que eles tinham feito", questionou.
Sabrina contou que a polícia está trabalhando com duas hipóteses: o envolvimento de um deles com mulher casada ou crime envolvendo facção criminosa. &39;&39;Eles tinham muitas fotos fazendo "V" com as mãos. Talvez acharam que eles eram do CV (Comando Vermelho), mas eu nunca soube do envolvimento deles com coisas erradas. Se o crime foi por causa de fotos, eles morreram sendo inocentes", disse.
A mãe de Rafael e Alexandre, que mora com o restante da família em Manaus, foi a única que veio para um último adeus. Abalada, ela passou o velório sentada em uma cadeira ao lado dos caixões.
A investigação sobre o crime vai ser feita pela 3ª Delegacia de Polícia Civil. Até o momento ninguém foi preso.