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Classes A e B podem ser as responsáveis por segunda onda de contágio da Covid-19

Publicado em 13/11/2020 Editoria: Saúde


Com a diminuição de casos da Covid-19 em Mato Grosso do Sul, registrada nos meses de julho, agosto e setembro, o Estado vivencia novamente o aumento dos casos. 
 
Essa mudança vem, em grande parte, da desistência por parte da população da classe A e B em seguir as medidas de distanciamento social, impostas pela doença. O cenário que pode direcionar a região para uma segunda onda de contaminação do vírus.  
 
Segundo o médico infectologista Julio Croda, pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) a mudança de hábito desta parcela da população é um canal direto para o aumento na incidência de casos. 
 
“Na Capital já estamos experimentando esse aumento, isso porque as altas classes sociais, que no início da pandemia se cuidavam, agora estão se aglomerando, gerando contaminação. Essas classes estavam respeitando o isolamento, diferente das baixas”, pontuou Croda.
 
“A máscara, o distanciamento social e evitar aglomerações, que são extremamente desnecessárias agora, ainda são os recursos mais eficazes contra o vírus”, destacou o especialista.
 
O infectologista ainda explica que “o novo comportamento desse público, é perceptível com o aumento de número de casos em hospitais particulares, e pode sim gerar uma segunda onda de contaminação”, ressaltou.  
 
De acordo com o secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende, estamos recebendo o resultado do final de semana prolongado, a onde as pessoas realizaram festas, passeios, baixa no isolamento e nas medidas de biossegurança recomendadas.  
 
Com flexibilizações para pequenos eventos, barzinhos, boates, e a suspensão do toque de recolher, o maior número de contaminados tem sido entre jovens, que abusam das situações.  
 
Ainda de acordo com Resende, a alta contaminação desses jovens é um grande problema, já que em muitos casos, eles não apresentam sintomas e acabam por transmitir o vírus para pessoas do seu ciclo de relações.  
 
Segundo o secretário, as demandas em exames enviados para o Laboratório Central de Mato Grosso do Sul (Lacen-MS), aumentaram.  
 
“Estávamos recebendo de 500, a 400 exames por dia para serem examinados, mas agora, o número dobrou, mais de 1.000 por dia, e a porcentagem de positivos é de 19% no Estado, dado preocupante se analisarmos que o aceito mundialmente é de 5%”, explicou Resende.  
 
DADOS
 
A taxa de ocupação de leitos para pacientes com Covid-19, nas unidades particulares de Saúde em Campo Grande apresentam as maiores porcentagens em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). 
 
É o caso do Hospital El Kadri, que apresenta ocupação de 60% nesse setor, voltados para pacientes com Covid-19 e ocupação de apenas 3,03% de leitos clínicos ocupados.  
 
O diretor administrativo do Hospital El Kadri, Rudiney Leal, afirmou que “o CTI-Covid permanece com 8 a 9 internados, mesmo valor do pico da doença. Os casos leves tem diminuído, mas os casos graves tem chegado”.  
 
Resende ressalta que é necessário redobrar os cuidados nesse período eleitoral. 
 
“Podemos ter um maior número depois do dia 15 devido às eleições, festividades de comemoração e aglomerações nas ruas. Cada cidade vai agir da forma que achar melhor, mas devemos presar pelas medidas de segurança, se não teremos péssimos resultados”.
 


› FONTE: Correio do Estado