Aldeias de MS recebem visitas técnicas da Agraer para atendimento personalizado
Publicado em 12/12/2020
Editoria: Região
Uma equipe técnica da Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural), órgão vinculado à Semagro (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), realizou esta semana uma série de visitas às comunidades indígenas de Mato Grosso do Sul.
O motivo do encontro é, por intermédio do diálogo e da troca de informações, conhecer as reais e mais urgentes necessidades dos produtores indígenas de Mato Grosso do Sul. “Participei da visita em Nioaque e o objetivo era articular uma reunião conjunta entre a Agraer e a Funai referente à política pública para as comunidades indígenas. A primeira abordagem queria saber o que de fato os indígenas querem e precisam para poder melhorar suas atividades produtivas. Visitamos as quatro aldeias do município: Cabeceira, Taboquinha, Água Branca e Brejão”, explica o pesquisador da Agraer, Tércio Jacques Fehlauer.
A finalidade principal é a disseminação do Proacin/MS, uma iniciativa do Governo do Estado, implantada em 2015 com a missão de apoiar os agricultores familiares das comunidades indígenas no fortalecimento da produção sustentável, respeitando as especificidades culturais de cada localidade.
Em visitas no interior do Estado, Agraer levantou as principais demandas das comunidades indígenas
Para a coordenadora do Proacin, Loreta da Silva de Sousa Pereira, muitos aspectos que interferem no desenvolvimento rural da comunidade indígena. “De maquinário, a agroindústria ou apenas assistência técnica, essa foi a constatação de que são vários os tópicos das demandas dos indígenas do Estado. Em Nioaque, por exemplo, eles produzem 700 quilos de mel, mas vendem a produção por intermédio de atravessador porque eles não têm o SIM – Serviço de Inspeção Municipal, por exemplo”.
Loreta reforça que é um trabalho ‘formiguinha’, mas personalizado e fundamental. “Estamos coletando dados a fim de reafirmar o Proacim, programa do Governo do Estado, a ideia é fornecer subsídio, mas de forma assertiva, para que os indígenas permaneçam no campo com qualidade de vida, produzindo para subsistência e comercialização de seus produtos”.
Segundo os especialistas, nas áreas indígenas, é preciso ampliar o serviço de assistência técnica. “Constatamos um problema em comum: a terra enfraquecida, esgotada, falta um tratamento completo e personalizado, falta adubação corretiva”, salienta Fehlauer.
Para o presidente do Conselho Tribal da Aldeia André, Oenisom Gabriel André, em Dois Irmãos do Buriti, o encontro permite políticas públicas mais adequadas aos indígenas. “São 65 famílias em nossa aldeia. Atualmente, nossa produção é baseada na mandioca, banana, maca, e outras culturas como milho, feijão de corda, estamos inovando cultivando a laranja e o limão Taiti, e um pouco de Pokã. Abrimos uma agroindústria, para a produção de suco natural de laranja, mas a venda ainda é por atravessador”.
“Hoje, nossa necessidade é a patrulha mecanizada. Com a visita, a Agraer ouviu nossas necessidades, o desabafo da maioria da população indígena, sobre nosso dia a dia”, salientou a liderança indígena.
A viagem técnica contou com a participação da diretoria da Agraer e esteve em Nioaque, nas aldeias Cabeceira composta por aproximadamente 112 famílias, sendo em média 60 produtores familiares; Água Branca composta por aproximadamente 76 famílias, sendo 15 produtores familiares; Brejão composta por 148 famílias, com 100 agricultores. Em Sidrolândia foram visitadas as comunidades das Aldeias Lagoinha, Córrego do Meio e Dez de Maio e em Dois Irmãos do Buriti.
› FONTE: Ana Brito, Subcom