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Pandemia levou desemprego a recorde em 19 estados e no DF, diz IBGE

Publicado em 10/03/2021 Editoria: Brasil


A pandemia do novo coronavírus levou a taxa de desemprego a recordes em 19 estados e no Distrito Federal, informou nesta quarta (10) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). As maiores taxas foram verificadas em estados do Nordeste e as menores, no Sul.
 
Os dados do IBGE confirmam também que mulheres e negros foram mais penalizados pela crise no mercado de trabalho. Brasileiros com menor escolaridade também tiveram taxa de desemprego superior à média nacional.
 
No ano, a taxa de desemprego ficou em 13,5%, a maior desde 1993, segundo levantamento da consultoria iDados. No quarto trimestre, a taxa de desemprego no país foi de 13,9%, a maior para o período de toda a série histórica do IBGE, iniciada em 2002.
 
Em termos absolutos, a população desocupada (que não trabalha mas busca uma vaga) em 2020 atingiu a média de 13,4 milhões de brasileiros, 840 mil a mais do que o observado em 2019 e a maior marca da série histórica da Pnad.
 
No ano, 7,3 milhões de pessoas no país perderam o emprego no país, com a população ocupada chegando a 86,1 milhões, o menor número da série. Pela primeira vez, menos da metade da população em idade para trabalhar estava ocupada no país.
 
Segundo o IBGE, as maiores taxas de desocupação em 2020 foram verificadas na Bahia (19,8%), Alagoas (18,6%), Sergipe (18,4%) e Rio de Janeiro (17,4%), enquanto as menores com Santa Catarina (6,1%), Rio Grande do Sul (9,1%) e Paraná (9,4%).
 
Em São Paulo, a taxa foi de 13,9%, também recorde, mas bem mais próxima da média do país.
 
Os dados do último trimestre reforçaram a desigualdade nos impactos da pandemia no mercado de trabalho. Enquanto a taxa de desemprego entre os homens foi de 11,9%, entre as mulheres foi de 16,4%. A diferença entre a taxa dos dois casos se ampliou em relação aos trimestres anteriores.
 
Já entre as pessoas pretas, a taxa foi de 17,2%, enquanto a dos pardos foi de 15,8%, ambas acima da média nacional (13,9%). Já a taxa dos brancos (11,5%) ficou abaixo da média, disse o instituto.
 
Entre os grupos etários, os jovens foram os mais afetados pelo desemprego no quarto trimestre. No grupo das pessoas de 18 a 24 anos, por exemplo, a taxa de desemprego ficou em 29,8%.
 
Brasileiros com ensino médio incompleto também tiveram desemprego maior do que a média, com 23,7%. Na outra ponta, a taxa do grupo de pessoas com nível superior completo foi de apenas 6,9%.
 
O quarto trimestre de 2020 foi o último em que houve liberação do auxílio emergencial. Desde setembro, porém, o valor foi reduzido para R$ 300, ante os R$ 600 pagos nos meses anteriores. Com a redução, a taxa de desemprego passou a sofrer maior pressão, com mais gente em busca de uma vaga.
 
No quarto trimestre, o rendimento médio real dos brasileiros foi de R$ 2.507, queda de 4,2% em relação ao trimestre imediatamente anterior (R$ 2.616) e aumento de 2,8% em relação ao mesmo trimestre de 2020 (R$ 2.240).


› FONTE: Folha