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CPI fez revolta crescer e população diz que não vai parar de ir às ruas

Publicado em 03/07/2021 Editoria: Região


Concentração começou 9h na Praça do Rádio. (Foto: Henrique Kawaminami)

Concentração começou 9h na Praça do Rádio. (Foto: Henrique Kawaminami)

Cada vez mais conscientes e com motivos na ponta da língua. O protesto contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na manhã deste sábado (3) reuniu diversas pautas, a principal delas era pela saída de Bolsonaro depois que a CPI revelou detalhes de pedido de propina por parte do Governo Federal para a compra da vacina contra a covid.
 
Manifestantes saíram às ruas para pedir Fora Bolsonaro na manhã deste sábado. (Foto: Aletheya Alves)
A mobilização começou às 9h da manhã na Praça do Rádio e de lá os manifestantes se organizaram, todos com máscara, cumprindo o distanciamento e usando álcool em gel, saíram pela Avenida Afonso Pena até a Rua 14 de Julho e depois retornariam à praça pela Rua Barão do Rio Branco.
 
Estudante de Psicologia, Geovanna Barzoto, de 19 anos, conta que está participando ativamente dos protestos desde as eleições de 2018 e que é responsável pela biossegurança das manifestações em tempos de pandemia. "Seguimos com álcool, máscara e distanciamento", explica.
 
Para a estudante, este protesto tem mais adesão, ainda mais diante dos últimos acontecimentos. "Este é o momento, a quantidade de pessoas vem aumentando. Acho que hoje deve ser ainda mais forte, depois do escândalo de 1 dólar por vacina, as pessoas devem vir ainda mais", acredita.
 
Presidente do Sindjor-MS (Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Mato Grosso do Sul), Walter Gonçalves Filho, foi às ruas pedir respeito aos jornalistas e imprensa livre. "Sem imprensa livre, não há democracia. O sindicato apoia apoia o ato, estamos em outras frentes, além do pedido de vacina aos jornalistas, também contra a PEC da reforma administrativa", declara.
 
Professor, Vinícius Mena, de 26 anos, conta que é a terceira vez que sai às ruas pelas mesmas pautas: contra o Bolsonaro e a favor da vacina. "Hoje deve movimentar mais, até porque é início de mês e o frio diminuiu. A gente espera que quem esteja por aqui resolva acompanhar também", disse em relação às pessoas que passavam pelo Centro.
 
Tecnólogo em telecomunicações, Carlos Mourão, de 65 anos, era um dos que engrossava o coro contra o presidente no protesto. Ativo nas manifestação há bastante tempo, ele afirma que desde o último ato o público vem aumentando.
 
Para não ser confundido, Mourão fez questão de sair de vermelho. (Foto: Henrique Kawaminami)
"Eu nunca imaginei que meu país seria governado por uma pessoa como Bolsonaro. Estou participando dos protestos há bastante tempo, mas desde o último vem aumentando. Me preocupo em vir de vermelho para que o movimento não seja tomado por outras pessoas, como já aconteceu", fala.
 
 
Militar, Lucas Rabello de Melo, de 25 anos, diz que pegou a coragem e veio. Sem frio nem chuva, ele diz que não tem desculpa para não sair às ruas. "Agora a ideia é que a gente continue cada vez mais forte".
 
Pedagoga, Jéssica da Cruz Rabello, de 30 anos, é uma das que está à frente da organização dos protestos na Capital. Para ela, as pessoas estão vindo cada vez mais conscientes. "Antes sabiam que tinha protesto, agora elas sabem porque estão aqui. Está acontecendo uma unificação das bandeiras. E nós estaremos nas ruas incansavelmente. Dia 24 seremos maiores", anuncia.
 
Estudante de Jornalismo, o terena Arnaldo Fernandes, de 20 anos, frisou que não é a primeira vez que está na luta. "Estamos levantando discussão sobre o PL 490 que tira os direitos dos indígenas e dá o direito à mineração. Não queremos direitos ao desmatamento, que acabe com a mãe natureza, com o nosso sustento de cada dia", sustenta.
 
Junto de Arnaldo vieram mais 40 indígenas de aldeias de Sidrolândia e Dois Irmãos do Buriti. "Nós viemos pelos nossos filhos, nossos netos. Este governo quer tirar nossos direitos, mas não vai conseguir. Enquanto houver vida, haverá luta", declara o terena Gecenir Araújo Gabriel, de 35 anos.
 
Pobreza Menstrual - Entre as pautas defendidas no protesto, mulheres levaram às ruas também informações, panfletos e recolheram assinaturas para levar adiante a discussão sobre a realidade de meninas e mulheres pobres enfrentam durante o período menstrual. Sem acesso aos absorventes, uma coisa tão simples se torna entrave quando se fala de direitos iguais entre homens e mulheres.
 
Prestes a ser votado na Câmara Municipal, o projeto prevê distribuição de absorventes em escolas públicas da Capital. Autora do projeto, a vereadora Camila Jara (PT) fala que a pobreza menstrual é mais uma questão a ser levantada.
 
"Para a gente, falar mais sobre menstruação é começar em pé de igualdade. Uma em quatro mulheres já deixaram atividades porque não tinham acesso ao absorvente. A gente conta com o apoio da população", explica.
 
Camila também saiu às ruas protestando contra o presidente Jair Bolsonaro. "O protesto está acontecendo no Brasil todo, foi adiantando devido à propina das vacinas e a gente está aqui para mostrar que a população não está sozinha e que não vamos aceitar descaso do Governo Federal".
 
Terena, Gecenir diz que foi protestar pelos filhos e netos. (Foto: Aletheya Alves) 


› FONTE: Campo Grande News