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Mulher recusa que filha seja vacinada por profissional de saúde LGBTQIA+

Publicado em 22/08/2021 Editoria: Cidade


Imagem ilustrativa

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"Não quero que minha filha seja vacinada por esse tipo de gente, por um viado", disse a agressora
    
Um profissional de saúde que atua aplicando vacinas contra a Covid-19 no drive-thru Albano Franco foi vítima de homofobia, neste sábado (21), em Campo Grande.
 
Uma mulher recusou que a filha adolescente fosse vacinada pelo profissional, além de proferir ofensas contra ele.
 
"Eu não quero que minha filha seja vacinada por esse tipo de gente, um viado", disse a mulher aos gritos, usando de palavras pejorativas e homofóbicas.
 
No sábado, a vacinação estava aberta para adolescentes a partir de 13 anos. No caso de adolescentes, é obrigatório estar acompanhado dos pais ou responsáveis.
 
Gustavo Lima é Cirurgião dentista e atua no polo no fim de semana, auxiliando no enfrentamento à Covid-19.
 
Últimas notícias
Em desabafo nas redes sociais, o profissional conta que trabalhava normalmente em um dos boxes, local onde entram dois carros por vez.
 
Segundo ele, enquanto orientava as pessoas que havia acabado de vacinar, percebeu uma movimentação no carro de trás, que aguardava a vez.
 
A motorista do veículo gritava de dentro do carro e chegou a jogar os documentos dela e da filha no chão.
 
Quando outra profissional disse que a mulher deveria pegar os documentos e entregar em mãos para que a menina fosse vacinada, a mulher desceu do veículo e ofendeu o cirurgião dentista.
 
“Ela pegou os documentos do chão e apontou seus dedos para mim dizendo: &39;eu não quero que minha filha seja vacinada por esse tipo de gente, um viado”, contou o profissional no Instagram.
 
Segundo Lima, no momento ele ficou sem reação, enquanto os demais trabalhadores do local alertaram a mulher que o que ela estava fazendo se tratava de um crime.
 
Fora de controle, a agressora precisou ser retirada do box. Ao ser informada que ela não seria atendida naquele drive e que deveria procurar outro, ela responde: “Com o maior prazer”, e foi embora do local.
 
Lima continuou o trabalho normal, vacinando todas as pessoas que passaram pelo local no período vespertino. No entanto, a situação o deixou abalado, ainda mais por ser a primeira vez que passou por esse tipo de agressão, segundo ele.
 
“Fiquei em um estado letárgico, continuei trabalhando ainda sem ter caído a ficha de que havia passado por aquilo. A senhora começou a discussão, pois já chegou ao box dizendo que não queria que eu vacinasse sua filha ou chegasse perto”, contou.
 
“Isso sem me conhecer ou ao menos trocar uma palavra comigo, apenas por puro preconceito”, acrescentou.
 
Por ter ficado sem reação, o profissional não chamou a polícia, que estava com equipe presente no drive, de imediato.
 
No entanto, segundo ele, equipe que trabalha no Albano Franco está procurando nas câmeras de segurança as imagens, na tentativa de conseguir o número da placa do veículo da agressora para abrir um processo por crime de homofobia.
 
“Tudo isso aconteceu porque eu estava trabalhando, ajudando na vacinação, para que possamos sair logo dessa situação, em um sábado no qual poderia estar descansando em casa”, disse o profissional de saúde no desabafo.
 
Apesar de ter sido vítima, Lima garante que não se deixará derrubar pelo acontecido, mas tentará se fortalecer e lutar para que a comunidade LGTBQ+ seja respeitada.
 
Repúdio
A Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) publicou nota de repúdio “a todo e qualquer tipo de preconceito”.
 
Na nota, a Sesau manifesta repúdio ao episódio de homofobia ocorrido no drive de vacinação do Albano Franco e afirma que dará todo o suporte necessário ao profissional.
 
Confira a nota na íntegra:
 
“A Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) manifesta o seu mais profundo repúdio a episódio de homofobia ocorrido no sábado, dia 21 de agosto, no drive de vacinação Albano Franco.
 
Na ocasião, uma mulher teria usado de termo pejorativo e homofóbico ao se referir a um profissional de saúde e se opôs que o mesmo vacinasse sua filha adolescente.
 
Ela deixou o local sem que a filha recebesse o atendimento.
 
O caso, inclusive, foi noticiado pela imprensa com base no relato do profissional em sua rede social.  
 
A Sesau lamenta esse tipo de situação e reforça que dará todo o suporte necessário ao profissional”.
 


› FONTE: Correio do Estado - Glaucea Vaccari