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Motorista da Máfia do Cigarro que foi “sequestrado” por policiais é condenado

Publicado em 24/08/2021 Editoria: Polícia


Um dos personagens de episódio que levou a prisões de policiais militares que “sequestraram” caminhão com carga de cigarro contrabandeado avaliado em R$ 2,3 milhões, o motorista Rogério Fernandes Mesquita foi condenado a três anos e seis meses pela Justiça Federal.
 
De acordo com a decisão da 5ª Vara Federal de Campo Grande, o regime inicial é aberto e Rogério pode recorrer em liberdade. A pena é por crime de descaminho e ele também foi enquadrado na legislação sobre fiscalização de mercadorias de procedência estrangeira.
 
Segundo o processo, Rogério foi flagrado na noite de primeiro de dezembro de 2017, na esquina das Ruas Verdes Mares, esquina com a Avenida Gunter Hans, no bairro Tarumã, na Capital.
 
Naquela data, o Campo Grande News recebeu denúncia anônima de que um caminhão com cigarro paraguaio estava retido perto de posto de combustível e policiais militares exigiam pagamento de propina.
 
No local, havia forte presença policial e a explicação de que era uma ação normal. Contudo, no dia seguinte, um sábado, a reportagem apurou que dois policiais miliares foram presos por exigirem propina de R$ 150 mil. Na sequência, o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) deflagrou uma série de operações contra policiais da Máfia do Cigarro.
 
Com carga de 479.000 maços de cigarros de origem estrangeira e importação proibida (marcas Eight e Gift), o caminhão saiu de Paranhos com destino a São Paulo. O motorista contou que receberia pagamento de R$ 5 mil pela viagem. A nota fiscal oficial do produto era de  bolachas.
 
Um policial militar que participou da prisão afirmou que alguns PMs estariam cobrando valores para liberar o motorista e a carga. Como não era a primeira vez, o motorista resolveu denunciar.
 
Os policiais militares foram condenados e o processo que tramitou na Auditoria Militar destaca a reprovabilidade da conduta. Eles mantiveram o motorista “privado de sua liberdade por aproximadamente 10 horas – do período matutino até o noturno –, sendo certo que essa circunstância torna os fatos delituosos ainda mais reprováveis”.
 
 A maior pena para os policiais foi de dez anos. A reportagem não conseguiu contato com a defesa de Rogério Fernandes Mesquita.


› FONTE: CAMPO GRANDE NEWS