Yeltsin quebra recorde mundial, domina os 1.500m e fatura o 100º ouro
Publicado em 31/08/2021
Editoria: Esporte
Está marcado na história do paradesporto brasileiro. Nesta segunda-feira (30), o sul-mato-grossense Yeltsin Ortega Jacques venceu os 1.500 metros rasos da classe T11 (deficiência visual) na Paralimpíada de Tóquio-2020, quebrou o recorde mundial da prova e conquistou a 100ª medalha de ouro do Brasil em Jogos Paralímpicos. Este foi o segundo ouro na capital japonesa do paratleta contemplado pelo Bolsa Atleta, programa do Governo do Estado, administrado pela Fundação de Desporto e Lazer de Mato Grosso do Sul (Fundesporte).
Acompanhado pelo atleta-guia Antônio Carlos dos Santos (Bira), Yeltsin liderou a prova de ponta a ponta no Estádio Olímpico e terminou com a marca de 3min57s60, com longa vantagem em relação ao segundo colocado. A prata foi para o japonês Shinya Wada (4min05s27) e o bronze ficou com o russo Fedor Rudakov (4min05s55).
Além de colocar sua segunda medalha dourada no peito (a primeira foi nos 5.000m T11, em 26 de agosto), o campo-grandense de 29 anos estabeleceu novo recorde mundial e paralímpico nos 1.500 metros, que vinha desde Londres-2012. A marca era de 3min58s37, atingida pelo queniano Samwel Kimani.
Liderou com folga
Determinado, Yeltsin largou na frente na segunda raia e adotou ritmo forte desde o início da disputa, distanciando-se confortavelmente dos adversários logo no final da primeira volta. O fundista sobrou e em nenhum momento foi ameaçado, mirando apenas a quebra do recorde mundial. A vantagem foi tão grande que em vários momentos os demais competidores sequer apareciam na transmissão televisiva.
A busca pelo recorde e pela centésima medalha brasileira nos Jogos Paralímpicos esteve nos pensamentos de Yeltsin desde o despertar pela manhã. “Hoje de manhã o Bira me falou isso e me deu motivação: ‘A gente tem chance de fazer história mais uma vez, centésimo ouro do Brasil na história das Paralimpíadas’. Eu falei: ‘É por duas coisas. Primeiro, para subir o Brasil no quadro de medalhas e segundo, é para construir essa história’”, revelou em entrevista ao canal SporTV após a prova.
“Emocionante, fantástico, indescritível. Não sei até agora descrever o que estou sentido, a ficha ainda não caiu. Peguei meu celular para rever a prova e me emocionei de novo”, descreveu Yeltsin, que ainda terá a chance de subir pela terceira vez ao pódio na Tóquio-2020. O paratleta de Mato Grosso do Sul participará da maratona da classe T12 no próximo sábado (4), a partir das 17h50 (horário de MS).
Lucas Castro,
› FONTE: Fundesporte