Professor sobrevive a Covid, conclui doutorado e é homenageado
Publicado em 12/05/2022
Editoria: Cidade
Na Sessão Legislativa da ultima terça-feira (10) o vereador Gilberto Cruz (MDB) fez uso do Regimento Interno para apresentar Moção de Louvor ao professor Doutor Paulo Baltazar, por ter concluído em 25 de março de 2022 o curso de Doutorado pela UFGD – Universidade Federal da Grande Dourados.
Em sua justificativa o vereador Sargento Cruz fez breve explanação a respeito do currículo do professor e doutor Paulo Baltazar enfatizando que ele incorporou nas fileiras do Exército em 1980, fez os cursos de cabo e de sargento temporário, sendo promovido a cabo e 3º sargento no mesmo ano, serviu por 09 (nove) anos e 06 (seis) meses, vindo a ser desligado das fileiras do Exército em 03 de agosto de 1989. Retornando em 1990 a 1996 por determinação da justiça.
Durante seu tempo de serviço militar participou de várias missões, sendo uma das mais importantes a missão de agrimensura na terra indígena kadiweu “aldeia Alves de Barros” em Porto Murtinho; tendo recebido elogios tanto por parte do Comandante de Companhia e também pelo Comandante do 9º Batalhão de Engenharia e Combate, Tenente Coronel Waldemar Raul Kummel Filho, bem como elogiado ainda pela Justiça Federal.
Segundo informou o vereador Sargento Cruz no ano de 1994, Paulo Baltazar é designado para auxiliar de Relações Públicas do 9º BE Cmb, ato continuo recebe a missão de organizar o “Museu Machado Lopes” e observando a participação dos terenas na 2ª grande guerra (1940 – 1945) escreve um artigo para o jornal “O Pantaneiro” que foi publicado em maio de 1995.
Em março de 1996, o Sargento Baltazar é licenciado pela segunda vez das fileiras do exército, terminando assim um ciclo de mais de 14 (quatorze) anos de vida militar, sendo licenciado no comportamento excepcional, sem ter sofrido nenhuma punição, portanto merecedor de vários elogios e Honra ao Mérito. Em 1992 Formado pela UFMS - Licenciatura Plena e Bacharelado em Geografia.
Em 1997 já como professor da rede Pública Estadual participa do seminário de discussão do componente étnico-ambiental do GASBOL-Gasoduto Brasil/Bolívia, o resultado do estudo antropológico do qual participara o Professor Baltazar constatou 22 aldeias indígenas ao longo de 3.150 km de extensão do referido gasoduto, sendo 18 aldeias indígenas no Mato Grosso do Sul, 03 em São Paulo e 01 em Santa Catarina, porém, as aldeias com contatos mais próximos ao referido empreendimento são: Moreira e Passarinho (em Miranda) e Aldeinha (em Anastácio).
Em 1998 foi Diretor da Escola Municipal Indígena Feliciano Pio – Aldeia Ipegue. Em 1999 Assume a Chefia de Gabinete da Secretaria Municipal de Aquidauana em rápida passagem, é exonerado do cargo de confiança que ocupava no município e vai trabalhar na Justiça Estadual Fórum de Miranda até o ano de 2002.
Em 2003 volta ao município e assume a Direção da Escola Municipal Indígena General Rondon, na aldeia Bananal. Em 2005 Pós-Graduação em nível de Lato-Sensu em “Métodos e Técnicas de Ensino” pela Faculdade Universo.
Em 2006 Pós-Graduação em nível de Lato-Sensu em “Gestão Escolar” pela Faculdade Universo, no mesmo ano foi eleito Presidente do Comitê de Educação Escolar Indígena. Esse Comitê foi criado em 1999 pela Secretaria de Educação do Estado de Mato Grosso do Sul, um órgão colegiado de natureza consultiva voltada ao estudo para formulação de propostas de trabalho e de políticas e diretrizes para consecução das finalidades da educação escolar indígena, ainda em 2006 se inscreve para participar da bolsa de mestrado e doutorado pela Fundação Ford e se classifica entre os 75 semifinalistas do Programa Internacional de Bolsas de Pós-Graduação da Fundação Ford, sendo submetido a entrevista para a escolha dos 40 finalistas para a bolsa de mestrado, em julho de 2006 recebe carta da Fundação Ford parabenizando-o pela sua aprovação para o Curso de Mestrado em Ciências Sociais em antropologia na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
De 2007 a 2010 o então Professor Baltazar passa a ser aluno do Mestrado, concluindo com aproveitamento o Curso de Mestrado no final de 2010. Em 2011 é convidado a participar do Projeto Intercultural Indígena – Povos do Pantanal, ato continuo é cedido pelo município para integrar o quadro de docentes da UFMS no referido projeto como professor colaborador. Em 2018 é aprovado no curso de Doutorado pela UFGD. Em 2019 inicia-se o curso de Doutorado em Geografia na UFGD dividindo seu tempo entre Dourados e Aquidauana.
Ainda em sua justificativa através da Moção de Louvor, o vereador sargento Cruz destacou que em 2020 o professor/aluno Paulo Baltazar como tanto outros brasileiros no auge da pandemia do Covid 19, foi acometido por esse terrível vírus, e ai começa a luta pela vida, sendo transferido em vaga zero de Aquidauana para Campo Grande em leito de UTI, ficando 21 dias intubado e mínimas perspectivas de vida, mais quis Deus que o professor/aluno retornasse a sua querida Aquidauana, em 15 de agosto para continuar escrevendo a sua história, sendo a pesquisa, o amor ao magistério e o compromisso maior de transmitir conhecimentos.
Nesse ano, Paulo Baltazer concluiu o Doutorado e prestou concurso público para UFMS, como docente do curso de geografia, para Licenciatura Intercultural Indígena, sendo aprovado, empossado e efetivado na referida vaga em 06 de maio de 2022.
Sargento Cruz finalizou desejando saúde e vida longa, bem como, sucesso em todos seus afazeres. “Que Deus na sua infinita bondade continue guiando seus passos”, finalizou.
A Moção de Louvor ao professor e doutor Paulo Baltazar, indígena da etnia terena foi submetida a discussão e votação em plenário, sendo aprovada por unanimidade. Em seguida a homenagem foi entregue pelo vereador Sargento Cruz junto com os demais vereadores.
› FONTE: Ascom CMA