PMs envolvidos na morte de filho de secretária prestam depoimento
Publicado em 21/05/2022
Editoria: Polícia
Ontem, sexta-feira (20), os policiais militares envolvidos na abordagem que resultou na morte de Pedro Henrique Evangelista Bahia, 24 anos, foram ouvidos pela Polícia Civil de Jardim, a 239 quilômetros de Campo Grande. O caso aconteceu na madrugada do último domingo (15) e é apurada morte em decorrência de oposição à intervenção policial.
Conforme apurado pelo Jornal Midiamax, os policiais militares prestaram esclarecimentos na delegacia, acompanhados de advogado. Inicialmente, o caso foi tratado como uma legítima defesa por parte dos militares que atiraram contra Pedro que, no vídeo, é visto apontando a arma para um dos policiais.
Também de acordo com a Polícia Civil, a arma de fogo usada por Pedro, um revólver, não tem registro e ainda não foi identificado como ele adquiriu a arma. Testemunhas do caso foram ouvidas no decorrer da semana e o caso segue em investigação.
Briga com segurança e tiros
Pedro estava na casa noturna, mas teria discutido com o segurança, quando saiu dizendo que voltaria armado. O proprietário do estabelecimento, uma casa de shows, acionou a Polícia Militar e relatou que Pedro teve uma briga com o segurança.
Depois, Pedro disse que iria em casa buscar uma arma e voltaria. Equipe da PM foi ao local dos fatos e fez rondas, mas logo ouviu os disparos. Os militares se aproximaram e encontraram Pedro caído na rua, com lesões por arma de fogo no tórax, abdômen e ombro esquerdo.
Corpo de Bombeiros foi acionado e encaminhou o rapaz até o Hospital Marechal Rondon. Momentos depois, o rapaz morreu na unidade. Essas são informações do boletim de ocorrência registrado no dia dos fatos.
Os três militares estavam na casa noturna, de folga, armados com as armas da corporação. Em determinado momento, chegou ao local a Hilux branca e o rapaz teria descido já com a arma em punho, apontando para as pessoas que estavam na frente, que gritaram: “Ele está armado, ele está armado”.
Dois militares foram em direção a Pedro e teriam se identificado como policiais, exigindo que ele abaixasse a arma. A ordem não foi acatada e Pedro apontou a arma em direção a um dos militares, acionando o gatilho. Nas imagens a que o Midiamax teve acesso, é possível ver Pedro apontando a arma para o rosto do militar.
Consta no registro que os policiais atiraram contra Pedro, agindo em legítima defesa. Um terceiro militar que estava com os colegas chegou a sacar a arma, mas não atirou. O proprietário da casa noturna testemunhou os fatos e entregou as imagens das câmeras para a polícia.
Os policiais militares foram encaminhados para o batalhão e, depois, para a 1ª Delegacia de Polícia Civil de Jardim. A arma que estava com Pedro, um revólver, foi apreendido. Foi instaurado inquérito policial militar para apurar os fatos e a Corregedoria da PMMS (Polícia Militar de Mato Grosso do Sul) também foi acionada.
O caso é tratado como porte ilegal de arma de fogo e tentativa de homicídio, cometidos por Pedro, além de homicídio decorrente de oposição à intervenção policial.
› FONTE: Midiamax