Morre Beth Carvalho, a madrinha do samba e torcedora do Botafogo
Publicado em 01/05/2019
Editoria: Brasil
Artista estava internada desde 8 de janeiro; causa foi infecção generalizada, diz empresário.
A cantora e compositora Beth Carvalho, conhecida como a Madrinha do Samba e um dos maiores nomes da história do gênero, morreu no Rio, ontem, terça-feira (30), aos 72 anos. Ela estava internada no Hospital Pró-Cardíaco, em Botafogo, Zona Sul da cidade, desde o início de 2019. A causa da morte foi infecção generalizada, informou o hospital, em comunicado.
Em nota, o empresário da artista, Afonso Carvalho, disse que ela morreu às 17h33 desta terça "cercada de amor por seus familiares e amigos". O velório está marcado para começar às 10h desta quarta-feira (dia 1º), no salão nobre do Botafogo, time para o qual Beth torcia. Às 16h, o cortejo, com carro do Corpo de Bombeiros, deve partir para o Crematório do Caju.
Com mais de 50 anos de carreira, dezenas de discos gravados e sucessos como "Andança" e "Coisinha do pai", Beth Carvalho era considerada madrinha de artistas como Zeca Pagodinho, Arlindo Cruz e Jorge Aragão – daí o apelido.
Já fazia bastante tempo que a cantora tinha um problema de coluna. Em 2009, chegou a cancelar sua apresentação no show de réveillon, na Praia de Copacabana, por causa de fortes dores. Em 2012, submeteu-se a uma cirurgia na coluna.
No ano seguinte, foi homenageada pela escola de samba Acadêmicos do Tatuapé, no carnaval de São Paulo, mas não participou do desfile por motivos de saúde. Lu Carvalho, sobrinha de Beth, foi quem representou a artista na ocasião.
Show histórico
Em 2018, com a mobilidade cada vez mais reduzida pelos efeitos do problema na coluna, Beth fez um show histórico. Ao lado do grupo fundo de Quintal, mostrou sua força ao cantar deitada seus sucessos no show Beth Carvalho encontra Fundo de Quintal – 40 anos de pé no chão.
Ao longo de sua internação no início de 2019, Beth teve de reduzir a quantidade de visitas. A informação foi compartilhada por sua filha, Luana, após um vídeo mostrar a cantora debilitada cantando deitada na cama do hospital.
Em recente...
Beth Carvalho disse que não adianta: futebol e samba seguem juntos. Num pulo até 1989, ela lembra de outro dia de Maracanã com casamento perfeito das duas maiores paixões brasileiras. E, veja só, outra partida com arbitragem polêmica se tornou marcante para a Madrinha do Samba.
A vitória do Botafogo sobre o Flamengo por 1 a 0, na decisão do Carioca, no dia 18 de junho, pôs fim ao jejum de 21 anos sem títulos. O gol de Maurício, aos 12 minutos do segundo tempo, até hoje provoca discussão com os rubro-negros, que reclamam de um empurrão do camisa 7 no lateral Leonardo no lance decisivo. Mas a melhor lembrança foi uma certa música...
- Esse jogo também foi muito emocionante. Foi no ano em que gravei aquele samba "Esse é o Botafogo que eu gosto..." Nessa faixa do disco só tem botafoguense. Os músicos são botafoguenses, o coro também, muitos dos jogadores foram... Maurício, todo mundo. Eu gravei depois do título. Teve um buffet todo de Botafogo. Até aquela Sonja, torcedora, apareceu. A música pegou, virou um segundo hino. Depois, teve o bicampeonato carioca.
"Esse é o Botafogo que eu gosto" não é a única música que Beth gravou a virar hit entre os torcedores. Um outro clube alvinegro, o Atlético-MG, ganhou lugar especial no coração da sambista depois de "Vou festejar" passar a ser bastante cantada nos estádios pela Massa.
› FONTE: Com informações do G1