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Estilista da Capital acusa Miss Mato Grosso do Sul de plágio

Publicado em 04/08/2022 Editoria: Arte e Cultura


 
Natielly de Albuquerque acusa "Miss MS" de ter copiado vestido criado por ela para concurso indígena
 
A estilista terena Natielly Souza de Albuquerque, de 22 anos, diz ter levado um susto ao se deparar com uma foto da Miss Mato Grosso do Sul 2022, Hemilly Duarte, em ensaio para o concurso de beleza Miss Brasil. Segundo a jovem, o vestido usado pela "Miss MS" para representar a Fantasia Regional no concurso é uma cópia da peça que ela confeccionou e usou no desfile do concurso Miss Indígena 2022, deste ano, e no qual Natielly foi eleita Miss Simpatia Inámatí Kuxonéti São Conrado. Diante da semelhança das peças, ela acusa a miss de plágio. "Isso é um plagio, é uma falta de respeito, comigo e com a minha criação", desabafa a jovem.
 
A miss Mato Grosso do Sul revelou o look em postagem pelo Instagram, nesta terça-feira (02). O traje "Mãe do Pantanal" rendeu a ela a classificação TOP6 entre as melhores fantasias regionais do concurso, o melhor resultado do Estado na história em participações na competição.
 
Natielly tomou conhecimento do traje através de um amigo, com quem a miss Mato Grosso do Sul teria entrado em contato há um tempo atrás. "O meu amigo me enviou, comentando o quanto era parecido com o meu vestido, achando que eu é quem havia confeccionado a peça. Isso porquê ele falou do meu trabalho para ela, disse que eu poderia fazer o vestido que ela estava procurando e até enviou uma foto minha com o vestido", comenta.
 
Segundo a jovem, Hemilly chegou a ir até a aldeia Marçal de Souza onde mora, mas não a procurou. Natielly admite que o vestido criado por ela não está patenteado em seu nome, mas as semelhanças entre os as duas peças a levam a crer que a miss tenha se apropriado das referências do modelo criado por ela. O vestido utilizado pela miss é assinado por outra estilista da Capital.
 
"Eu jamais me recusaria a confeccionar uma peça para ela, aceitar uma oportunidade como essa do meu trabalho ser representado a nível Brasil", conta. Natielly conta que entrou em contato com a miss e aguarda um retorno.
 
"Eu só quero uma resposta, uma retratação e o reconhecimento da peça que eu fiz, porque isso foi um desrespeito comigo", conta. Por estar cobrando uma explicação, a jovem diz que estar sendo criticada até mesmo pelos próprios moradores da sua comunidade, que não acreditam na possibilidade de plágio.
 
Equipe nega - Procurado pela reportagem, Angelo Mariano, diretor do concurso estadual de miss, negou a acusação de plágio feita por Natielly. Segundo ele, desde à estampas do vestido, o cocar, acessórios e grafismos, são feitos por outros artistas da aldeia. Os nomes dos profissionais, inclusive, são creditados no ensaio feito pela miss e eles estariam a disposição, para reiterar a originalidade da criação.
 
Sobre as referências utilizadas no vestuário, Angelo também esclarece. “São objetos e imagens de animais do Pantanal, que são de domínio público. As simbologias indígenas também são garantidas para a Hemilly, porque ela também tem descendência indígena”, diz.
 
O coordenador do concurso estadual ainda acrescenta. "Essa estilista está tentando privar a Hemilly de usar aquilo que ela tem direito por descendência indígena, além disso a estilista diz que tem direitos sobre cortes e figuras que na verdade são de domínio público. As imagens do Pantanal são direito de todos nós.  As grafias indígenas foram feitas por membros da aldeia, e todos eles estão conosco torcendo pelo sucesso da representante Sul-mato-grossense!”, frisou Angelo Mariano.
 
A final do Concurso Nacional de Beleza Miss Brasil acontece nesta quinta-feira (04).


› FONTE: Campo Grande News