MS tem 43 leitos de UTI para atender crianças durante surto respiratório
Publicado em 06/04/2023
Editoria: Saúde
Total é de 10 a mais em comparação ao período crítico da pandemia de covid-19
O atual surto de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em Mato Grosso do Sul, que atinge especialmente bebês e crianças em Campo Grande, causa preocupação e motiva emissão de alertas pelas autoridades. Para tratar os casos graves, é 43 o número total de leitos pediátricos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) disponíveis nas unidades sul-mato-grossenses de saúde pública, conforme informou a SES (Secretaria de Estado de Saúde).
O número de leitos de UTI era de 33 durante o período mais crítico da pandemia da covid-19, também segundo a SES, sendo que foram acrescidos 10 com a abertura do Hospital Regional da Costa Leste Magid Thomé no município de Três Lagoas, em 2022.
De acordo com o último Boletim InfoGripe, da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), Mato Grosso do Sul entre os 15 estados que tiveram aumento expressivo no número de novas internações de crianças por VSR (vírus sincicial respiratório) entre 19 a 25 de março, e enfrentam tendência de aumento de casos.
Já o último boletim da SES acerca da Influenza e demais vírus respiratórios, divulgado em 28 de março, aponta que no estado havia 1.396 de pacientes hospitalizados com SRAG no Estado. Entre o total de casos notificados de síndrome respiratória, quase 50% deles afetam crianças menores de um ano até 9 anos de idade.
Orientação - A SES afirmou em nota nesta quinta-feira (6) que o momento epidemiológico e o período de sazonalidade dos vírus respiratórios têm contribuído para o aumento na taxa de ocupação de leitos do Estado. A orientação da secretaria é que "o cuidado com as crianças deve iniciar ainda na Atenção Primária em Saúde (unidades de saúde) com o manejo precoce das doenças respiratórias e intensificação na vacinação, a fim de evitar que este paciente chegue até o serviço de alta complexidade e necessite de UTI".
Número ideal - A OMS (Organização Mundial da Saúde) preconiza que os sistemas de saúde ofertem 3 leitos para cada 1 mil habitantes, quando se trata de unidades de enfermaria, clínicos ou cirúrgicos, ou seja, não os de UTI.
Entre leitos intensivos, a média deverá ser de 1 a 3 para cada 10 mil habitantes. No entanto, em situações extremas esse número pode ser insuficiente. “Os dados acima são aplicados em circunstâncias normais, ou seja, em que não esteja ocorrendo uma epidemia, ou pandemia. Quando há a proliferação de algum surto, esta demanda pode aumentar até 10 vezes o quociente citado acima”, observa Marcelo Santana, presidente do Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul.
Ele acrescenta também que outros fatores urbanos locais precisam ser analisados, como: a intensidade do tráfego de veículos (características locais de trânsito), criminalidade da região (índices de violência) entre outros.
O prévia do Censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatítisca) em 2022 apontou que Mato Grosso do Sul chegou aos 2,8 milhões de habitantes em 2022. O dado divulgado pelo órgão, que é o mais recente, não classifica a população por faixa etária, entretanto.
Corumbá - Atrás somente de Campo Grande em número de notificações de SRAG, Corumbá aparece com 84 casos no último boletim da SES.
O cenário no município preocupa, considerando que o município não possui UTI pediátrica nem na rede pública e nem na privada, os casos entre crianças colocam o Estado em alerta e há tendência de crescimento do número de notificações.
A assessoria de imprensa da prefeitura de Corumbá informou que "Por ser uma região fronteiriça, sempre estamos em alerta com alguma endemia. A Secretaria de Saúde está monitorando os casos Síndrome Gripal com atenção".
› FONTE: Campo Grande News