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Mãe de 'Estrelinha' pediu perdão por trabalhar como prostituta na Capital

Publicado em 17/05/2023 Editoria: Polícia


Sepultamento de

Sepultamento de "Estrelinha" reuniu moradores do Nossa Senhora das Graças. (Foto: Marcos Maluf/Arquivo)

“Minha parceira de vida”, relembra mãe sobre filha de 11 anos estuprada e morta - Emocionada, mãe admitiu trabalhar como prostituta para sustentar filhos e pediu "perdão" por falhar como mãe
 
“Era muito inteligente e me ajudava muito. Minha parceira de vida”. A audiência já caminhava para o fim, quando o juiz Aluízio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, decidiu perguntar para a mulher, de 39 anos, presa preventivamente desde o assassinato da filha, de 11 anos, se ela não achava perigoso deixar a menina sozinha em casa, cuidando dos dois irmãos – de 10 meses e 3 anos.
 
Pela resposta, a mãe já não tratava mais a filha como uma criança, mas pediu perdão por ter falhado com a pequena, conhecida no Bairro Nossa Senhora das Graças, em Campo Grande, como “Estrelinha”.
 
Em depoimento emocionado, a mãe admitiu trabalhar como prostituta para sustentar os filhos e disse que embora recebesse auxílios do governo – um total de R$ 950 –, o dinheiro não era suficiente para pagar o aluguel, água, luz e colocar comida na mesa. Disse que o assassino confesso da filha, Maykon Araújo Pereira, 31 anos, era seu cliente e conhecia “Estrelinha”.
 
A mãe negou, porém, que fizesse programas “na frente das crianças”, como, segundo ela, comentaram pelo bairro. Afirmou que recebeu Maykon em casa durante a madrugada, mas diz ter certeza que os filhos dormiam. A maioria dos encontros acontecia quando a menina e o irmão do meio estavam na escola.
 
O dia do crime - Quando questionada sobre o dia do assassinato de “Estrelinha”, a mulher relatou o mesmo que já tinha dito à polícia. Saiu de casa entre 15h e 16h, em busca de “dinheiro” para comprar comida. Ela tinha dois aluguéis atrasados, a água cortada e a despensa vazia.
 
Admitiu que estava em um bar, ingerindo bebidas alcoólicas. “A culpa foi da bebida. Perdi a noção da hora. Não sei se o senhor sabe, mas toda mulher de programa tem de beber para atrair os clientes”, afirmou ao magistrado.
 
Nesse meio tempo, Maykon procurou a garota de programa e se deparou com as crianças sozinhas. Segundo o delegado-adjunto da Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), Roberto Carlos Morgado, que também prestou depoimento na tarde desta terça-feira (16), avisado pela menina que a mãe só voltaria mais tarde, o réu chegou a deixar a casa, mas voltou minutos depois, para invadir a residência e estuprar a criança.
 
Em solo policial, Maykon negou o estupro, afirmando que “apenas passou a mão” na criança. Culpou a bebida por ter decidido entrar na casa, alegando que a porta estava aberta e afirma que se assustou quando a “Estrelinha” começou a gritar. Narrou ainda que com um soco a menina teria caído no chão e morrido.
 
Morgado diz não acreditar na versão do réu. “Se aproveitou das circunstâncias. Tenho certeza que o assassinato foi para encobrir o estupro”.
 
O delegado afirmou ainda que laudos comprovam que antes de morrer, “Estrelinha” sofreu “violência sexual grave”.
 
Sepultamento de "Estrelinha" reuniu moradores do Nossa Senhora das Graças. (Foto: Marcos Maluf/Arquivo)
Esperança - A mãe da garota acrescentou mais um detalhe ao depoimento. Disse que quanto entrou na cozinha e viu a filha caída em meio a uma poça de sangue, teve esperança de que a menina estivesse viva, por isso, chamou o Corpo de Bombeiros.
 
O Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e a mulher saiu presa do local. Por isso, quase 24 horas depois, alimentava a ideia de que a filha havia sido socorrida. Depois de muito insistir, um policial civil contou que “Estrelinha” estava morta.
 


› FONTE: Campo Grande News