Nelsinho pressiona Aneel sobre reajuste abusivo de 12,48% na energia em MS
Publicado em 22/05/2019
Editoria: Região
Senador vem cobrando sistematicamente a agência para que siga exemplo do Ceará e reduza índice de reajuste da tarifa de energia elétrica
O senador Nelsinho Trad (PSD-MS) cobrou pela terceira vez da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) o porquê reajuste abusivo de 12,48% na energia elétrica em Mato Grosso do Sul.
"Quero entender por que o meu Estado paga a conta mais cara?", perguntou o senador. O questionamento foi feito ao diretor-geral da Aneel, André Pepitone da Nóbrega, durante audiência pública na Comissão de Serviços Infraestrutura do Senado na terça-feira (21).
“Sou de Mato Grosso do Sul, Estado que teve um dos maiores índices de reajuste, e gostaria de saber se temos como baixar a nossa tarifa assim como foi feito no Ceará, em que um acordo com a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica resultou em uma diminuição de 2,97% do reajuste previsto pela agência reguladora. O percentual será de 8,65% ao invés de 11,62%. Tem alguma coisa para fazer? Temos um problema grave no estado, o trabalhador reclamando, os empresários, isso gera desemprego, não fomenta a economia, o estado está sentindo muito com esse reajuste acima da inflação. Isso vai na contramão do que todos nós queremos para o Brasil, que é a geração de emprego, renda, desenvolvimento. Ou seja, temos alguma esperança no fim do túnel para rever o valor da tarifa?”, questionou Nelsinho.
Essa foi a terceira vez que o senador fez o questionamento à Aneel.
Em sessão no plenário do Senado no dia 3 de abril, o parlamentar sul-mato-grossense exigiu explicações da agência.
Em resposta à solicitação, a diretora da Aneel Elisa Bastos Silva recebeu Nelsinho e as senadoras Simone Tebet (MDB-MS) e Soraya Tronickie (PSL-MS) na Agência, mas o senador não se deu por satisfeito e continuou cobrando.
Um mês depois, no dia 03 de maio, Nelsinho cobrou novamente a Aneel em Plenário, utilizando o exemplo do Ceará. "Eu espero que a empresa lá do Mato Grosso do Sul, junto com as autoridades competentes, possa seguir o mesmo caminho lá do Ceará, em que chegaram a um consenso”, disse.
Aneel
Segundo o diretor-geral da Aneel, existem vários motivos para que a tarifa de energia em Mato Grosso do Sul não possa ser reduzida neste momento.
“Mato Grosso do Sul tem 10 consumidores por quilômetro de rede, um dos índices mais baixos do país, ante 30 a 40 consumidores por quilômetro de rede nos outros estados. Isso faz com que menos pessoas custeiem os ativos de distribuição e logo a tarifa tende a ser maior. Ou seja, são poucos consumidores, e que consomem pouco, e isso eleva o valor da tarifa. Além disso, Mato Grosso do Sul não tem uma atividade industrial muito elevada. São apenas 38% consumidores de alta tensão, ou seja, indústrias, e o restante é consumo residencial”, explicou.
No entanto, André da Nóbrega destacou que entre os estados do centro-oeste, Mato Grosso do Sul apresenta uma das menores tarifas mesmo com essas características. “Mas agora temos que trabalhar numa agenda de desoneração da tarifa, para reduzir o custo de geração, o custo das térmicas do país, respeitando os contratos pactuados mas revendo-os assim que possível”.