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Briga entre caciques termina em tentativa de homicídio em Miranda

Publicado em 30/10/2023 Editoria: Polícia


Duas lideranças afirmam representar comunidade que está divida politicamente a ponto de se agredir
 
Indígenas da Aldeia Lalima de Miranda, a 201 km de Campo Grande, estão em confronto desde o início deste ano por questões políticas. Mas na última semana grupos de lados opostos chegaram a se agredir fisicamente por não concordarem com decisões das duas lideranças que se dizem caciques eleitos.
 
O caso já chegou ao conhecimento da Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) que acionou os órgãos federais para acompanhar a situação. Mas até o momento apenas a Polícia Federal respondeu ao chamado enviando um questionário para definir como irá agir.
 
O cacique João Batista afirmou que foi eleito para o cargo com mandato até 2025. “Esse grupo que surgiu desde maio deste ano vem querendo me destituir de forma errônea através de imposição de opiniões diante da comunidade sempre com o objetivo denegrir minha imagem, querer atacar minha família e todos que me apoiam”, afirmou.
 
Ele alega que o outro indígena que também se intitula cacique, Gilson Pinheiro Gomes, está impondo ações sem consulta prévia da comunidade.
 
“Eu como cacique sempre me esquivei de seu grupo para não haver embate, confronto físico, mas chegou o momento que eu não esperava que não acontecesse. O grupo fez um portão em um lugar onde não era preciso dentro da comunidade e por alguns moradores não aceitarem, foram tirar satisfação onde houve o confronto e gerou violência. O grupo do cidadão alega que foi a mando meu, mas nem na aldeia eu estava”, justificou João.
 
Os indígenas pedem a intervenção da PF para a situação. O caso será rediscutido nesta segunda-feira (30). De acordo com o outro cacique Gilson, os boletins de ocorrência das agressões a mulheres do grupo dele serão feitas na Polícia Civil.
 
“O regimento do território indígena prevê que se a comunidade está insatisfeita, podemos trocar. Eu fui eleito no dia 23 de maio e o João Batista não quis participar porque ele alega que tem mandato para cumprir e até rasgou nossa ata. Se a Funai não tomar posicionamento, vai acontecer uma morte. O cacique declarou guerra comigo. Eles querem confusão, por isso queremos expulsar ele de lá”, concluiu Gilson.
 


› FONTE: Campo Grande News