Anastácio contra o Feminicídio! Em briga de marido e mulher, se mete a colher sim!
Publicado em 03/06/2019
Editoria: Cidade
Denuncie - A Central de Atendimento à Mulher - Ligue 180 é um serviço atualmente oferecido pela Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos do Ministério dos Direitos Humanos (MDH). É uma política pública essencial para o enfrentamento à violência contra a mulher em âmbito nacional e internacional.
Na manhã do último sábado, 01 de junho, a população de Anastácio se reuniu no Residencial Cristo Rei para participar da caminhada contra o feminicídio. Organizado pelo governo do Estado e prefeitura, a ação tem como objetivo contribuir com a campanha estadual de combate ao feminicídio, que pretende reduzir estes crimes em Mato Grosso do Sul. O manifesto foi realizado nesta localidade do município, pelo grande índice de solicitação de atendimento de violência física, psicológica e outras demandas preventivas.
Diferentes movimentos sociais participaram da mobilização, entre eles, familiares da jovem Airyfer Castro Elias, brutalmente assassinada no dia 18 de março de 2019 em Aquidauana, pelo seu ex-companheiro, junto com o seu namorado. Eles foram mortos na frente da filha do casal. O motivo: o homem não aceitava o fim do relacionamento e não suportava ver a vítima vivendo outro relacionamento.
A Delegacia de Polícia Civil de Anastácio e a Polícia Militar também colecionam ocorrências de violência doméstica e agressões contra mulheres, o que não contribui para a mudança deste cenário negativo, apesar do empenho das forças policiais em identificar e prender os autores. Se espera que a campanha incentive as denúncias e também desperte a conscientização na comunidade, onde muitas vezes ninguém se envolve por achar que é uma simples briga de casal. É preciso sim intervir e denunciar.
Mato Grosso do Sul hoje é o 9° colocado em casos de feminicídio. Só neste ano já houve 16 assassinatos de mulheres. Destas mortes nestes cinco meses, foram três indígenas, isto mostra que precisamos não apenas criar leis, e sim mudar o comportamento da sociedade, por meio da conscientização nas escolas, bairros, comunidades e cidades, para coibir estes crimes.
Segundo a Subsecretaria de Politicas Publicas para Mulheres do Estado, desde que a lei de feminicídio entrou em vigor, em 2015, 124 mulheres foram assassinadas em Mato Grosso do Sul, sendo que 160 sobreviveram a tentativa de homicídio. Números que alertam que é preciso evoluir muito neste sentido. Dados do Governo do Estado mostra que, enquanto outros crimes, como roubos e homicídios diminuíram, o feminicídio teve aumento de 8,3% nos primeiros meses de 2019, comparado ao ano anterior. Ainda nos dados das tentativas (homicídios) aumentou em 100%.
A Lei estadual nº 5.202, de 30 de maio de 2018, de iniciativa do Governo do Estado, instituiu o dia 1º de junho como o “Dia Estadual de Combate ao Feminicídio”, com objetivo de sensibilizar e conscientizar toda a sociedade de que a violência sofrida pelas mulheres muitas das vezes leva à morte violenta, divulgar os serviços e os mecanismos legais de proteção à mulher em situação de violência e as formas de denúncia.
Dia Estadual de Combate ao Feminicídio - A data rememora a morte da jovem Isis Caroline, ocorrida por estrangulamento no dia 1º de junho de 2015 e registrada como primeiro feminicídio do Estado. Isis tinha 21 anos e havia se mudado do interior para Campo Grande para fugir do ex-companheiro, que inclusive tinha sido denunciado e preso por violência doméstica pelos crimes de estupro e cárcere privado no ano de 2014. O assassino foi preso e condenado a 26 anos de prisão em regime fechado. A vítima deixou duas filhas pequenas, que estão sendo criadas pela avó materna.
Denuncie - A Central de Atendimento à Mulher - Ligue 180 é um serviço atualmente oferecido pela Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos do Ministério dos Direitos Humanos (MDH). É uma política pública essencial para o enfrentamento à violência contra a mulher em âmbito nacional e internacional.
› FONTE: Assessoria