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Após ameaça atribuída ao PCC, obra de casas populares é suspensa

Publicado em 04/06/2019 Editoria: Cidade


Após dois professores serem ameaçados de morte por um morador, que seria ligado ao PCC (Primeiro Comando da Capital), a construção de casas populares do Loteamento Bom Retiro, na região da Vila Nasser, em Campo Grande, foi suspensa por tempo indeterminado nesta segunda-feira (3). A decisão foi anunciada horas depois do registro do boletim de ocorrência e visa garantir a segurança dos profissionais envolvidos e dos moradores da região. Com a suspensão, o cronograma da obra sofrerá alterações.
 
“Por prudência eu tive que suspender, para respeitar e proteger os dois professores, profissionais envolvidos e também as pessoas de bem que poderiam sofrer as consequências dessas ameaças. Até porque registrar um boletim de ocorrência não garante que o problema seja resolvido. A primeira ameaça foi feita de manhã e depois do registro de ocorrência o morador voltou a ameaçar outro professor”, detalha o diretor-presidente da Emha (Agência Municipal de Habitação), Eneas José de Carvalho.
 
Além de suspender a construção por tempo indeterminado, o diretor presidente da Emha irá se reunir com a Funsat, Semsp (Secretaria Municipal de Segurança Pública) e a Sejusp (Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública) para definir o que será feito. "Estamos tentando agendar esta reunião para ver quais as medidas cabíveis. Não podemos voltar para lá após as ameaças e também não podemos simplesmente desligar este morador do programa, porque isso pode gerar mais problemas”, explicou o Enéas.
 
As obras no loteamento fazem parte do Ação Casa Pronta, liderado pelo Emha e a Funsat (Fundação Social do Trabalho de Campo Grande), por meio do Pronic (Programa de Inclusão Profissional). O programa prevê canteiro-escola que além de conduzir as obras, ensinam os moradores habilidades para o mercado de trabalho.
 
Ameaças – O boletim de ocorrência de ameaça foi registrado na manhã desta segunda-feira (3), na 2° Delegacia de Polícia de Campo Grande. Segundo o registro, ao avisar o morador que estava em um local indevido, o autor da ameaça ficou descontrolado e começou a berrar com o arquiteto, de 39 anos, que é professor na obra. “Eu vou te matar, estou cheio de pó na cabeça e irei explodir sua cabeça”, gritou o morador. Em seguida ele saiu do canteiro de obras.
 
PCC - O morador que ameaçou os professores foi preso em 2015, pela Deco (Delegacia de Delegacia Especializada de Combate ao Crime Organizado), suspeito de ser o autor do homicídio do agente penitenciário Hudson Moura da Silva, ocorrido no dia 31 de outubro de 2011, no presídio semiaberto da Vila Sobrinho, em Campo Grande. As investigações apontam que ele pertence ao PCC.


› FONTE: Campo Grande News