Polícia faz buscas em empresa de Engenharia que tem contratos com prefeituras
Publicado em 08/02/2024
Editoria: Polícia
São, ao todo, nove mandados de busca e apreensão na Capital, Selvíria e Coxim
Durante a Operação Sem Disputa, deflagrada na manhã desta quinta-feira (8), equipes do Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado) e da Derf (Delegacia Especializada de Roubos e Furtos) fazem buscas em escritório de engenharia e consultoria localizado na Rua Bahia, no Bairro Jardim dos Estados, em Campo Grande.
Um pouco antes, as equipes estiveram na casa do engenheiro, que não teve o nome divulgado, na Avenida Norte, no Bairro Coronel Antonino, e saíram com vários documentos apreendidos. O advogado do alvo do mandado de busca e apreensão acompanhou os trabalhos dos policiais, mas não quis falar com a imprensa.
Conforme a delegada Ana Cláudia Medina, titular do Dracco, a operação busca provas contra esquema de fraude em licitação, peculato, lavagem de dinheiro e esquema de corrupção. A reportagem apurou que a empresa de engenharia, com sede na Capital, tem contratos com as prefeituras de Batayporã, Nova Alvorada do Sul, Água Clara, Porto Murtinho, Eldorado e Ivinhema.
"A princípio, é um contrato de um montante de 1 milhão, mas nós apuramos que essa mesma empresa tem diversas obras que chega no montante apurado até então de 12 milhões", destacou a delegada. Além da Capital, a operação ocorre de forma simultânea em Selvíria e Coxim. São, ao todo, nove mandados de busca e apreensão. Em Coxim, duas equipes com cerca de sete policiais fazem buscas na Pro-i9 e construções, na Rua Filinto Muller, no Centro do município.
Irregularidades - As suspeitas de irregularidades surgiram durante a análise do procedimento de inexigibilidade de licitação para contratar a empresa de engenharia da Capital que prestará serviços em Selvíria. A escolha aconteceu em cinco dias, “celeridade anormal” na tramitação do processo que isenta a prefeitura de abrir concorrência para outras empresas, segundo a investigação. O Dracco desconfia que houve “ajustes prévios” para que o alvo entregasse proposta dentro do que era exigido.
Os recursos para a contratação da empresa são de contrato da administração municipal com a Caixa Econômica Federal por meio do programa Finisa (Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento). “Ao serem questionados, servidores públicos envolvidos no processo de licitação e contratação apresentaram divergências, reforçando as suspeitas de irregularidade no processo de inexigibilidade”, informou o Dracco em nota.
A empresa suspeita tem natureza jurídica individual de responsabilidade limitada, com capital social de R$ 200 mil, mas desde sua criação, em 2015, “ganhou” vários contratos com prefeituras do interior, para executar obras por um total de R$ 11.804.947,05. A investigação suspeita que haja outras manobras para favorecê-la em concorrências públicas. -
› FONTE: Campo Grande News