Índice de casos de diabetes em aldeias preocupa vereador de Aqudauana
Publicado em 23/04/2024
Editoria: Saúde
Vereador reivindica implantação de programa sobre diabetes nas comunidades indígenas
A implantação de programa abrangente sobre o diabetes dentro das comunidades indígenas no município de Aquidauana foi objeto de reivindicação do vereador Valter Neves (PP) ao secretário especial de Saúde Indígena, Ricardo Weibe Nascimento Costa, por meio do Ofício de nº 006/2024 (Gabinete) apresentado em plenário.
Conforme levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)- Censo 2022, a população indígena de Mato Grosso do Sul cresceu 51% entre 2010 e 2022, passando de 77.025 para 116.346 em 12 anos. Aquidauana está incluída entre as cinco cidades com maior população indígena- com total de 9.428.
De acordo com o vereador, a comunidade indígena vem enfrentando índices preocupantes de casos de diabetes. A doença, revela, tem provocado a morte de indígenas, assim como, causando a amputação de membros e perda de visão diante de quadros graves.
“Já se torna comum percebermos pessoas com sequelas em razão do diabetes dentro das aldeias, o que não ocorria há alguns anos, ou seja, não existia com tanta frequência”, comenta.
No entendimento do vereador, o grande consumo de massa e refrigerante têm sido a causa maior desse problema, pois é visível a quantidade excessiva desses produtos entrando na comunidade indígena, ou seja, por meio das compras de supermercado realizadas na zona urbana pelos próprios indígenas ao embarcarem nos ônibus de volta às aldeias.
Por conta disso, Valter Neves reconhece a necessidade de se desenvolver e implementar programas de educação em saúde específicos para a prevenção e gerenciamento do diabetes nas aldeias.
Segundo ele, podendo incluir sessões educativas sobre os riscos do diabetes, os benefícios de uma alimentação saudável e a importância da atividade física.
Um programa , acrescenta o parlamentar, voltado com oferecimento de workshops e demonstrações de culinária que ensinem a preparar refeições saudáveis usando alimentos tradicionais e nutritivos. Os participantes podem aprender receitas que usem ingredientes locais, frescos e minimamente processados, como também, a implantação de programas de atividade física adaptados à cultura local, como caminhadas, danças tradicionais ou esportes indígenas, organização de eventos esportivos comunitários e o fornecimento de recursos para atividades físicas.
“Seria importante também o treinamento sobre autocuidado para pessoas com diabetes, abordando temas como monitoramento da glicose no sangue, administração de medicamentos e prevenção de complicações em parceria com profissionais de saúde locais”, acrescenta.
Neves sugere a implementação de sistemas de monitoramento e avaliação para acompanhar o progresso do programa e o impacto nas taxas de diabetes, bem como, ajustar as estratégias conforme necessário.
“É importante ressaltar que qualquer programa desenvolvido para comunidades indígenas deve ser culturalmente sensível e desenvolvido em colaboração com os membros da comunidade, respeitando suas tradições, valores e formas de conhecimento. O envolvimento ativo da comunidade é fundamental para o sucesso e a sustentabilidade desses programas”, finaliza.
› FONTE: Ascom CMA