Foto divulgação: Velório foi realizado no plenário da Câmara de Anastácio
Familiares, amigos e autoridades estiveram no plenário da Câmara Municipal de Anastácio para prestar a última homenagem ao ex-vereador Wander Alves Meleiro, conhecido como Dinho Vital, de 40 anos, que faleceu no fim da tarde de 08 de maio, quarta-feira ao ser baleado na BR 262 próximo a Ponte do rio Taquarussu.
O velório ocorreu no Plenário da Câmara Municipal de Anastácio com a presença de inúmeras autoridades, entre elas o prefeito Nildo Alves, vereadores e lideranças políticas. Dinho Vital era atuante na politica anastaciana tendo sido vereador, assessor parlamentar na AL MS e ainda ocupado cargos na Prefeitura do Município.
Os pais João Vital e Maria Vital que possuem histórico de atuação em prol da comunidade local ao longo dos anos, lamentaram a perda do filho e pediram por justiça em um ambiente de dor, pesar e comoção.
O caixão com o corpo de Dinho Vital, seguiu em cortejo em um caminhão do Corpo de Bombeiros, até o Cemitério Municipal de Anastácio onde foi sepultado no fim da tarde ontem, quinta-feira, (09).
Confraternização
Segundo informações Dinho Vital estava em um almoço que começou logo após termino do Desfile Cívico Escolar e Militar na área central de Anastácio. O local, uma chácara na BR 262 recebeu inúmeros convidados e lideranças políticas locais para celebrar o aniversário de 59 anos do município de Anastácio.
Em determinado momento, houve uma discussão por questões políticas, envolvendo Dinho Vital e outras pessoas. Testemunhas narram que muitas pessoas, inclusive familiares, tentaram controlar a situação e conter os ânimos, já acirrados.
No entanto, em determinado momento, Dinho Vital partiu em direção a um dos convidados, acabou derrubado ao solo e em seguida retirado do ambiente. Em virtude deste fato muitas pessoas deixaram o local do almoço, temendo qualquer tipo de confronto.
Tiros
Por volta das 17 horas o Corpo de Bombeiros de Aquidauana foi acionado para atender vítima de disparos de arma de fogo na BR 262 – próximo da Ponte do Rio Taquarussu, há mais ou menos 300 metros do local onde ocorreu o almoço de confraternização organizado pela Prefeitura de Anastácio.
A equipe de resgate do Corpo de Bombeiros constatou o óbito da vítima e o local foi preservado para a realização de perícia e coleta de provas.
O corpo da vítima identificada posteriormente como sendo de Wander Alves Meleiro, (40 anos) conhecido como Dinho Vital estava ao solo em frente a um veículo Fiat Toro, que seria de sua propriedade.
Equipes da Policia Militar e da Policia Rodoviária Federal permaneceram no local do delito até a conclusão da perícia, visando garantir a segurança de motoristas e orientar o trânsito na rodovia.
Neste momento já circulava a informação de que dois policiais militares, um sargento e um cabo estariam envolvidos no crime.
Nota da PM
Em nota o comando da Policia Militar confirmou que os tiros foram disparados por dois policiais de folga, acionados para que interviessem em caso de pessoa portando arma nas proximidades após o incidente no almoço.
Ainda em nota, a PM alega que os militares viram pessoa armada com pistola, que seria Dinho Vital.
Anunciaram que eram policiais e ordenaram que colocasse a arma no chão. "(...) mesmo assim o homem não acatou a ordem legal dos PMs e, com arma em punho, partiu em direção aos policiais. “Diante do risco de vida dos policiais e de terceiros, eles efetuaram disparos contra o homem armado”, informou a PM.
O caso está sendo investigado por meio de um IPM (Inquérito Policial Militar) e todos os procedimentos legais foram tomados, as providências de Polícia Judiciária Militar foram realizadas, a perícia técnica do Estado foi acionada recolhendo todos os indícios e vestígios.
Envolvidos no delito que tiveram as armas apreendidas estão sendo ouvidos e algumas testemunhas importantes, além de familiares ainda devem prestar esclarecimentos.
Pesar
Ainda ontem, a Prefeitura de Anastácio publicou nota de pesar e decretou luto de três dias. "É com imensa tristeza que a Administração Municipal se despede de Wander Alves Meleiro. Dinho, como era mais conhecido, foi vereador e secretário de Anastácio, contribuindo com projetos e obras importantes para o bem-estar da nossa população. Aos familiares e amigos, externamos nossos mais sinceros sentimentos".
O ex-prefeito Douglas Figueiredo, que participou do almoço, e deixou o local após a confusão que envolveu diversas pessoas, também usou da rede social para se solidarizar com a família de Wander Alves Meleiro (Dinho Vital) pelo seu falecimento.
Dinho atuou como Secretário de Planejamento na gestão de Figueiredo exercendo importante papel na conquista de grandes projetos em prol da população de Anastácio.
Investigação
O comandante do 7º Batalhão de Policia Militar Tenente Coronel Carlos Magno, lamentou o “desfecho nada bom” também para a corporação, na junção de bebida alcoólica, desavença política e arma de fogo. “Tomamos as medidas para que os dois policiais militares responsáveis pelos disparos que mataram o ex-vereador Dinho Vital, de 40 anos, sejam investigados “da forma mais sensata e isenta possível”.
De acordo com o coronel, o sargento PM Valdeci Alexandre da Silva Ricardo, de 41 anos, e o cabo Bruno César Malheiros dos Santos, 33 anos, se apresentaram ao comando, entregaram suas armas, foram interrogados e liberados em seguida. Os dois alegam que atiraram contra Dinho para se defender.
Defesa
Lucas Arguelho Rocha, advogado dos dois policiais militares, em entrevista a imprensa explicou que Bruno César nem trabalha em Anastácio. Atualmente, ele está lotado em Miranda e nesta quarta-feira (8), de folga, estava junto com a banda contratada para animar a festa. Além de músico, ele faz a montagem de equipamentos de som.
Valdeci também nega ser segurança particular e apresentou para registro da investigação conversa de WhatsApp com o amigo que o convidou para a festa. “
O advogado explica ainda que os policiais não deixaram a cena dos fatos e, no local mesmo, se apresentaram e entregaram suas armas ao superior hierárquico.
O defensor diz que o ex-vereador “estava com a arma em punho, fazendo a mira nos policiais” e “não obedeceu as ordens” dos PMs, para baixar a arma, por exemplo. “Quando ele [Dinho] foi em direção dos policiais, os dois usaram dos meios para cessar a agressão”.
O advogado argumenta ainda que se o sargento e o cabo não tivessem agido, o desfecho poderia ter sido pior. “Teria uma ou mais vítimas no evento. Ele [Dinho] foi para matar. Foi preparado para causar uma tragédia”.
Família
Mary Beltrão, viúva do ex-vereador Wander Alves Meleiro, o Dinho Vital, disse ao Campo Grande News que o marido não revidou aos tiros disparados às margens da BR-262, em Anastácio. “Ele nem teve tempo de atirar, não saiu nenhum disparo da arma dele”, afirmou.
Todos estão muito abalados.
Mary não falou sobre a briga que antecedeu a morte. A viúva diz que depois da confusão o marido saiu da festa e foi para casa, voltando pela rodovia. “Me desencontrei dele, fui em outro carro, estávamos em caminhos diferentes e, depois que retornei, vi que ele estava a uns 300 metros da festa”, lembrou.
A viúva relata que os homens começaram a atirar quando ainda passavam na parte de trás da Fiat Toro do ex-vereador. Dinho ainda teria tentando voltar para o veículo. Aparentemente, segundo ela, para pegar a arma, que seria regularizada, afirma. Antes disso, porém, foi atingido.
Inconformada com a morte do filho, o ex-vereador Wander Alves Meleiro, conhecido como Dinho Vital, de 40 anos, a aposentada Maria Vital, 68, afirma que o filho “morreu defendendo Anastácio”. “Chegaram atirando por trás, fizeram a maior maldade”, disse ao Campo Grande News durante o velório.
Maria, o marido, João Vital Meleiro, e outros familiares aguardaram a chegada do corpo em sala reservada na Câmara Municipal de Anastácio. Ela chegou a passar mal e precisou de atendimento médico, mas seguiu firme na despedida do filho.
Portal de Aquidauana
Enquanto veiculo de comunicação, lamentamos profundamente os fatos e somamos esforços para que a investigação seja transparente e isenta, para que tudo seja esclarecido e que as especulações e versões sejam confrontadas por respeito aos envolvidos.
Que os responsáveis sejam punidos, conforme legislação em vigor.
Outrossim, instamos qualquer pessoa que tenha informações, que possam auxiliar na investigação, que procure as autoridades policiais para contribuir com a Justiça, que se pleiteia.
