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Caso Dinho: Laudo complementar e testemunha dificultam tese de execução

Publicado em 04/06/2024 Editoria: Polícia


Dinho Vital veste azul - Reprodução de vídeo

Dinho Vital veste azul - Reprodução de vídeo

Tiro que matou ex-vereador perfurou coração, mas não o atingiu "pelas costas"

O tiro fatal para o ex-vereador de Anastácio, Wander Alves Meleiro, o Dinho Vital, de 40 anos, não o atingiu exatamente pelas costas, como foi interpretado em laudo do exame necroscópico anexado ao inquérito policial militar logo após a morte – no dia 8 de maio.

Uma pericia feita a pedido do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), informou que as entradas dos projéteis que feriram a vítima foram pela lateral e frente do corpo.

A reportagem do Campo Grande News apurou que o perito médico legista, Ivan de Oliveira Chaves, o mesmo que elaborou o primeiro laudo, é quem assina o novo documento.

Ele descreve que um dos tiros atingiu Dinho Vital “na região posterolateral direita (de trás para frente, parcialmente lateralizado), transfixando o tórax da direita para a esquerda e saindo pela região anterolateral esquerda”.

Este foi o projétil responsável pela morte do ex-vereador, também descreve o médico, já que perfurou órgãos vitais, como pulmão e coração, provocando “choque hipovolêmico hemorrágico”.

O outro disparo entrou pela “região anterolateral esquerda (de frente para traz, parcialmente lateralizado), transfixando a região abdominal (da esquerda para a direita) e saindo em região anteromedial”.

O médico explica que não pode determinar o trajeto dos disparos, já que este é trabalho para um perito criminal, mas constatou que não houve tiro à queima roupa. “Disparos ocorreram a uma distância igual ou maior que 80 cm entre a arma e o corpo da vítima”.

Testemunha - Outra informação importante adicionada ao inquérito foi o depoimento de uma testemunha, um ciclista que passava pela BR-262, próximo ao local onde Dinho Vital foi abordado por policiais militares à paisana.

Conforme a apuração do Campo Grande News, este homem procurou a Corregedoria da Polícia Militar para contar o que viu e ouviu.

Relatou que havia parado na rodovia para consertar a corrente da bicicleta quando gritos chamaram sua atenção: “Polícia, abaixa a arma! Larga a arma! Aqui é a polícia!”. Logo em seguida, escutou tiros e olhou, observando que homem cambaleando e apertando o abdômen.

Acrescentou que não foram mais feitos disparos neste momento.

O ciclista narrou ainda que tudo aconteceu em frente a um veículo preto parado às margens da rodovia – Fiat Toro de Dinho – e um carro branco que estava logo atrás.

A presença da testemunha no local e horário dos fatos foi confirmada por vídeo de câmera de segurança de um posto de posto de gasolina localizado no trecho da BR 262 em Anastácio.

Os policiais militares que abordaram Dinho Vital na rodovia Valdeci Alexandre da Silva Ricardo, 41, e Bruno César Malheiros dos Santos, 33, se entregaram depois de serem comunicados das ordens de prisão temporária (30 dias).

Dinho foi morto na BR-262, no fim da tarde de uma quarta-feira, na BR 262 logo após se envolver em uma discussão e de ter agredido uma pessoa. Acabou sendo domindo por populares e deixou o local do almoço em comemoração ao aniversário de Anastácio que ocorria em uma chácara.

Segundo testemunhas não houve briga entre Dinho e Douglas e o ex-vereador aparentemente alcoolizado, discutiu com várias pessoas, inclusive com familiares que tentaram conte-lo. A motivação da discussão foi o fato de que o prefeito de Anastácio Nildo Alves (PSDB), anunciou que lançaria o tucano Douglas Figueiredo, pré-candidato pelo partido.

O ex-vereador foi retirado do local, mas voltou armado, mas não chegou a adentrar a chácara. Douglas Figueiredo e Nildo segundo consta já haviam deixado o local. Dinho foi abordado há pelo menos 300 metros distante do local do evento.

Conforme depoimentos dos policiais Valdeci e Bruno, Dinho Vital reagiu à abordagem e por isso, eles atiraram. O advogado Lucas Arguelho Rocha dos policiais não comentou o assunto e disse que os autos tramitam em segredo de Justiça.

 



› FONTE: Campo Grande News