Ministério Publico denuncia policiais envolvidos na morte de Dinho Vital
Publicado em 14/06/2024
Editoria: Polícia
MPMS conclui a primeira etapa da investigação e denuncia dois policiais militares envolvidos na morte do ex-vereador em Anastácio
O Ministério Público de Mato Grosso do Sul, por meio da Promotoria de Justiça de Anastácio e do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO), concluiu a primeira etapa das investigações e denunciou os dois policiais militares envolvidos na morte da vítima W. A. M, conhecido como “Dinho Vital”, ocorrida no dia 8 de maio de 2024.
Segundo a denúncia oferecida à Justiça, os disparos foram efetuados por 2 (dois) policiais militares que não estavam em serviço no momento dos fatos.
Ademais, conforme se infere do laudo necroscópico e do laudo de local de crime, a vítima foi alvejada com um tiro pelas costas e nas costas, tendo o projétil transfixado seu tórax e saído no peito da vítima, tendo o outro projétil atingido a região lateral do abdome, de baixo para cima.
Além disso, os Laudos periciais revelaram que, pela posição dos atiradores, bem como pelas manchas de sangue da vítima encontradas no chão e o local em que seu corpo foi encontrado, o ofendido tentou fugir para frente de seu veículo para se refugiar dos disparos.
Ainda, foram encontrados 8 estojos de cartuchos de munição próximos ao veículo dos policiais, enquanto próximo à vítima nenhum estojo deflagrado foi encontrado, descartando qualquer troca de tiros entre os envolvidos. Também, foram constatadas apenas perfurações de projéteis de arma de fogo no veículo da vítima, todas de trás para frente do veículo.
Assim, os dois policiais foram denunciados por homicídio qualificado, pelo motivo torpe, em razão da discussão de natureza política que antecedeu o ocorrido, bem como praticado o crime por meio que resultou perigo comum, já que os diversos disparos foram efetuados em plena via pública com intenso fluxo de veículos e pessoas, inclusive com a presença da esposa da vítima no mesmo lado do acostamento da via onde ocorreram os disparos, e praticado mediante recurso que dificultou a defesa da vítima, pois surpreendida e alvejada pelas costas, reduzindo suas chances de defesa.
A denúncia oferecida pelo Ministério Público, já foi recebida pela Vara Criminal de Anastácio, bem como a prisão temporária dos acusados foi convertida em prisão preventiva, informa a nota oficial do GAECO/MPMS..
Ponto de vista – O entendimento do MPMS é o oposto da Corregedoria da PM que, em seu relatório, reconhece a autoria dos disparos feita pelos dois policiais, mas que agiram em legítima defesa e o “estrito cumprimento do dever legal”.
A corregedoria também apurou que os PMs não estariam fazendo segurança do ex-prefeito de Anastácio, Douglas Figueiredo (PSDB), com quem Dinho Vital brigou na festa, horas antes de morrer.
Ainda conforme o relatório, durante a abordagem policial, foi feita a devida verbalização para que Dinho abaixasse a arma, fato narrado por testemunha que passava pelo local.
O relatório aprovado pelo corregedor-geral da PM, coronel Edson Furtado de Oliveira, seria encaminhado ao Ministério Público. “Decido concordar com o relatório do encarregado do IPM (Inquérito Policial Militar), por entender que há nos autos indícios de excludentes de ilicitude na conduta típica praticada pelos investigados”.
O MPMS não informou se recebeu o relatório da Corregedoria da PM, de acordo com matéria publicada pelo Campo Grande News.
Defesa
A reportagem do Campo Grande News entrou em contato com o advogado Dr. Lucas Arguelho Rocha, que representa os PMs.
A defesa diz que rebaterá todas as acusações, comprovando a inocência dos policiais. Rocha diz que o MP "produziu provas unilaterais, sem oportunizar defesa e contraditório aos policiais, ouvindo somente quem interessava a acusação".
› FONTE: Com informações MPE e Campo Grande News