Crianças da aldeia desfilam com adereços típicos da cultura, como cocar e colares. (Foto: Pedro Braga)
Realizado na aldeia São João, evento foi construído de forma coletiva por comunidade e parceiros
Desejado e aguardado pela comunidade, o Festival Multiétnico agitou a aldeia São João, em Porto Murtinho. O evento foi resultado de um esforço coletivo que contou com participantes da comunidade e do poder público.
Oficina de grafismo, oficina de vestimentas, ensaios das danças e produção de cerâmica integraram a programação que contou com a participação de 100 pessoas entre os dias 18 e 19 deste mês. Outro momento marcante da data foi a inauguração da Casa Ceramista com um desfile dos participantes
Denise Silva, idealizadora do Bruaca, foi uma das que contribuiu para o evento cultural que serviu para divulgar os trabalhos e reconectar alguns dos indígenas mais novos com as tradições.
“Já era um desejo antigo da comunidade realizar essas atividades até para auxiliar no escoamento da produção, no fomento para que os jovens continuem aprendendo a cultura, porque muitos já estavam deixando a cultura de lado”, comenta.
O festival que ocorreu nos dois dias tem por trás um período maior de planejamento que envolveu ensaios para as apresentações que seriam executadas. Benilda Kadiwéu, da Subsecretaria de Políticas Públicas para Povos Originários, também contribuiu para a realização do evento cultural.
Ela explica que no começo deste mês a comunidade recebeu visita da Gerência de Artesanato do Estado que oficializou o registro de 25 artesãos que residem na aldeia. Já no dia 16, a artista Alice Hellmann esteve junto com a comunidade acompanhando a produção artística feita com o material que doou.
“Esse grupo de artesãos e artistas ceramistas receberam apoio da Alice que ofertou o material para a pintura da parede da associação respeitando o modo dos kadiwéus e terenas pintarem. Ela foi pra dar esse incentivo, então foi fundamental essa arte feita na parede”, comenta.
Benilda destaca que o festival possibilitou o contato da comunidade com pessoas que têm interesse em conhecer a cultura das duas etnias. “O festival deu visibilidade para essa comunidade que estava com a necessidade de receber visitas do pessoal do governo, não só do pessoal do governo, mas como incentivadores e amantes da arte”, fala.
O projeto Bruaca, Subsecretaria de Políticas Públicas para Povos Originários e artistas do Estado, a UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), o Instituto de Pesquisa da Diversidade Intercultural e a Prefeitura de Porto Murtinho apoiaram o festival.
› FONTE: CG News