Cadê? Fumaça atrapalhou e pôr do sol não foi assistido ontem, no Morro do Paxixi (Foto: Idaicy Solano)
Mirante para o Pantanal, que enche a vista de verde, estava irreconhecível
Depois de invadir Corumbá num julho atípico de queimadas no Pantanal, que continuam ocorrendo em setembro, fumaça vinda de diversos lugares se espalhou por Mato Grosso do Sul e segue alterando as paisagens nas cidades.
Ela pode ser vista entre as casas e prédios de Campo Grande nesta quarta-feira (25), mas também está deixando acinzentados os cartões-postais do ecoturismo no Estado, como o Morro do Paxixi. O destino fica no distrito de Camisão, em Aquidauana.
Quem quiser encarar uma trilha para assistir ao famoso pôr do sol do mirante, pode se frustrar. A fumaça o fez sumir no fim da tarde de ontem (24), como mostra a foto acima.
Janela para o Pantanal que enche a vista de verde, o morro estava irreconhecível.
Fogo e ar - Divulgado na noite de ontem pelo Corpo de Bombeiros, o último boletim sobre o fogo em Mato Grosso do Sul incluía Aquidauana na lista de cidades com incêndios florestais. A região de Cipolândia registrou foco, que era reconhecido pela equipe.
A cortina de fumaça no mirante pode ser formada por emissões não somente da própria cidade, mas também de outros lugares.
Segundo dados da Estação de Monitoramento da Qualidade do Ar da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), a que encobre Campo Grande está vindo de Goiás e Mato Grosso. Ela é carregada pelos ventos.
O índice que mede a qualidade do ar na Capital está em grau moderado nesta quarta-feira, mas já perto de cair para ruim. O cenário já pede cuidados redobrados com a saúde e tende a piorar com a chegada de frente fria, mudança dos ventos e o deslocamento de mais fumaça vinda da Bolívia e do Pantanal.
Mas a própria frente fria que vem ao Estado trará umidade para dissipar as emissões e melhorar a qualidade do ar, também a partir de amanhã (26), segundo prevê a estação.
Rio Paraguai - O horizonte do que é um dos principais rios de Mato Grosso do Sul também estava esfumaçado ontem, em Porto Murtinho.
Além de encoberto pela massa cinzenta, o Rio Paraguai enfrenta a segunda pior seca em 124 anos, superada apenas por marcas de 1964, segundo falou ao Campo Grande News o pesquisador da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), Carlos Padovani.
O mesmo fenômeno que faz o Paraguai e outros rios registrarem níveis muito abaixo da média, tem relação com a intensidade dos incêndios registrados este ano, pois deixa o solo e a vegetação mais inflamáveis do que o normal.
No entanto, causas naturais não estão associadas à ignição dos incêndios deste ano, como já alertaram o Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis) e laboratório de pesquisas espaciais da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Polícia Federal, Polícia Civil e órgãos de investigação federais e do Estado apuram os responsáveis por dar início às chamas.
› FONTE: Campo Grande News