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Décima morte por meningite na Capital em 2024, menina é 1ª com quadro bacteriano

Publicado em 03/10/2024 Editoria: Saúde


Quem vai à mesma escola que a vítima se diz assustado, mas secretária afirma que prolaxia já foi feita 
 
A morte de uma menina por meningite, na última terça-feira (1º), em Campo Grande, ainda está deixando assustado quem frequenta a escola onde ela estudava.
 
 
Diante disso, a secretária municipal de Saúde, Rosana Leite, afirmou que não existe surto da doença na Capital e que não é necessário "entrar em pânico". Ela também garantiu que a pasta está seguindo o que é recomendado fazer quando um caso é confirmado, destacando que essa responsabilidade é compartilhada com a escola.
 
A criança, que não teve o nome divulgado, foi vítima de um quadro bacteriano de meningite meningicócica + meningicocemia. É o primeiro desse tipo diagnosticado considerando dados de 2022, 2023 e 2024 da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde). "Uma fatalidade", comentou Rosana.
 
A secretária explicou que as meningites virais são mais comuns e tratáveis em comparação ao quadro bacteriano apresentado pela menina. "É muito rápido, por isso que é dramático", disse. A bactéria atinge a corrente sanguínea e chega ao cérebro em pouco tempo, até sem provocar sintoma nenhum em algumas pessoas.
 
Somando o óbito recente aos demais casos de morte por meningite causados por vírus e por outras bactérias, além dos que não tiveram agentes descobertos, Campo Grande teve dez de 1º de janeiro até hoje. O número de casos geral, contando com os curados, é de 46 este ano.
 
A internação da menina e o diagnóstico da bactéria foram feitos pelo Hospital Cassems, no mesmo dia. Ela não chegou a passar por unidade de saúde pública. A Sesau destacou que foi notificada imediatamente e, assim, conseguiu agir rápido para adotar as medidas de prevenção.
 
A criança teve confirmação de covid-19 junto à meningite. Quanto a uma possível relação entre as doenças ter contribuído para o óbito, a secretária acrescentou que não acredita numa relação direta entre as duas e que a causa oficial da morte foi somente a meningite.
 
Ontem (2), a pasta já havia confirmado que a menina estava com todas as vacinas em dia e que a cobertura da imunização que previne a doença é boa na Capital. "Porque as pessoas têm muito medo de meningite", acrescentou a secretária.
 
Medo - Gabriela Silva é mãe de um aluno que estuda no mesmo local onde a menina de 7 anos estudava, a Escola Municipal Professora Ione Catarina Gianotti Igydio. Ela é professora, mas em outra instituição, e questionou as medidas tomadas até então para evitar um possível surto da doença.
 
A mãe defende que a escola deveria ter decretado luto e sido interditada por alguns dias, pela segurança de todos. "A minha maior indignação é que não houve luto. Professores foram ao velório, de caixão aberto. A menina teve um quadro infeccioso e agora estão todos trabalhando normalmente", diz.
 
Gabriela falou também que outra preocupação é que o irmão da estudante está frequentando as aulas, informação que é falsa, segundo a família. A reportagem confirmou com uma tia de 33 anos, que preferiu não se identificar. "Estamos todos consternados com o que aconteceu. A gente nem dorme. Protegemos nossas crianças, não tem nem condições de mandar para a aula", frisou.
 
A tia disse ainda que a família seguiu todos os protocolos recomendados por infectologistas durante a internação e o velório, para que todos estivessem seguros. "Os médicos conversaram muito com a gente. Todos eles choraram com a gente, inclusive", relata. Ela levou a menina ao hospital e acompanhou a internação.
 
A secretária de Saúde explica que foi disponibilizada às 31 crianças e dois funcionários que frequentam a escola, a profilaxia com o medicamento rifampicina. Além disso, dois adultos e duas crianças que vivem na mesma residência que a vítima vivia, tomaram.
 
Mais pessoas da família tomaram o remédio, além das relatadas pela Sesau, segundo a tia. "Até quem teve contato com ela no sábado", disse.
 
Rosana Leite tranquiliza quanto ao que está sendo feito. "Num primeiro momento, é preciso não ter pânico. É uma doença que é contagiosa. Não como o sarampo, mas é. Está sendo feita a profilaxia e a observação e orientação sobre os possíveis sintomas. [Quem apresentar], pode procurar uma unidade de saúde. Essa observação será feita por 60 dias", diz.
 
O principal sintoma de alerta para a meningite meningicócica + meningicocemia é uma dor de cabeça que persiste mesmo após o paciente suspeito tomar dipirona. Outros apresentados podem ser dor abdominal, dor na nuca, dor entre os olhos, náuseas e vômitos que pessoas que fizeram a profilaxia podem sentir de forma leve. 


› FONTE: Campo Grande News