Equipes da PRF e Força Tática fazem a retirada do corpo de Gilka Simony Nunes, feminicídio registrado em 2023, na Capital. (Foto: Juliano Almeida)
Crime passará a ser descrito em um artigo específico, ao invés de ser um tipo de homicídio qualificado
Foi sancionada, no início da noite desta quarta-feira (9), a tratativa que aumenta a pena para casos de feminicídio e inclui outras situações que passam a ser agravantes e também podem elevar a penalidade. Atualmente, a lei determina prisão de 12 a 30 anos de reclusão. Esse período agora passa a ser de 20 a 40 anos.
O texto, assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), discorre que o crime passará a ser descrito em um artigo específico da lei ao invés de ser um tipo de homicídio qualificado, como é hoje. A portaria determina que quem cometer o crime não poderá ocupar cargos públicos e também torna pública a ação penal relativa ao crime de ameaça cometido contra a mulher por razões da condição do sexo feminino.
No caso da progressão de pena para réu primário, também há mudanças. Em vez de cumprir 50% da pena no regime fechado para poder mudar para o semiaberto, agora será necessário cumprir 55%, mas o projeto impede que o autor do crime fique em liberdade condicional.
De acordo com a Agência Brasil, a sanção se deu em reunião fechada no Palácio do Planalto e que não estava prevista na agenda oficial de Lula. Foi realizada às 15h30. O encontro só foi confirmado pela Secom (Secretaria de Comunicação Social) e incluído na agenda do presidente às 19h50.
Em publicação nas redes sociais, o presidente celebrou a sanção ao lado de Cida Gonçalves, ministra das Mulheres. "Sancionei um projeto de lei que agrava a pena de feminicídio, aumentando a mínima de 12 para 20 anos, podendo chegar até 40 anos, e agravando penas de outros crimes praticados contra as mulheres", escreveu.
Gonçalves ainda explicou que a lei “traz elementos para que de fato nós possamos ter um país sem feminicídio, sem impunidade e garantir a vida e a segurança de todas as mulheres do Brasil”.
O projeto é de autoria da senadora Margareth Buzetti (PSD). O texto teve como relatores no Congresso Nacional as deputadas Delegada Katarina (PSD) e Gisela Simona (União) e, no Senado, o senador Alessandro Vieira (MDB).
› FONTE: Campo Grande News