Casamento foi feito em um altar decorado e montado à beira de um lago, no pôr do sol
O casal de empresários Sonia Valério Candido, de 52 anos e o aquidauanense Uvilson Cândido, de 52 anos, realizaram uma linda cerimônia de casamento, resgatando os valores e a tradição Terena, no final da tarde de ontem, sexta-feira (15).
A cerimônia foi feita em um altar decorado com vasos da etnia Terena, à beira do lago da propriedade do Retiro Paixão, no pôr do sol, e começou com a entrada do noivo, acompanhado pelos homens, com a dança Korró.
Em seguida, a noiva entrou acompanhada das mulheres, com a dança Siputuru Noe. Antes de subir ao altar, os noivos foram abençoados pela anciã, mãe de Uvilson. Como ambos são evangélicos, após o ritual Terena, foi celebrada a cerimônia do casamento com um pastor.
No final do ritual e da cerimônia, foi servido aos convidados comidas típicas da culinária Terena, incluindo o hihi (bolo de mandioca), biju e poréu, uma bebida tradicional Terena feira com caldo de mandioca.
O casal está junto há dois anos e se conheceu graças a um projeto que Sonia estava desenvolvendo nas comunidades indígenas de Dourados, na época. O primeiro contato dos dois foi pela internet, e Uvilson relata que, no início, trocavam algumas mensagens, até que o contato foi fluindo, e os dois se aproximaram.
O casal já mora junto em Dourados, e como Sônia é branca, antes de oficializar a união em um casamento, precisou passar pela aprovação dos anciões, para enfim fazer parte da comunidade.
Ela descreve que os novos parentes são bastante rigorosos com a cultura, até chegou a sentir medo de não passar pela aprovação dos anciões, mas com o tempo conquistou o carinho e aceitação de todos.
"Muitos membros da família, a partir do momento que a gente faz o ritual do casamento, passam a ter uma consideração maior com a gente, a dar benção pra tia, dar benção pra avó, por exemplo. E agora eu sou oficialmente da família Cândido também", celebrou a noiva.
Desde o início do relacionamento, Sônia revela que Uvilson, terena de Aquidauana deixou claro que seu desejo era oficializar a reunião resgatando a cultura de seu povo. "Nós Terenas, estamos aos poucos querendo resgatar o casamento indígena, porque há muito tempo a gente não via um casamento assim", expressou o noivo.
› FONTE: Campo Grande News