Contradição em depoimentos levaram à prisão de piloto e vigia de hangar
Publicado em 27/06/2019
Editoria: Polícia
Divergências nos depoimentos durante a investigação de suposto sequestro e roubo de uma aeronave do modelo Cessna 182 Skylane, levaram à prisão temporária do piloto Edmur Guimara Bernardes, 78 anos, e do vigia Idevan Silva de Oliveira, 52 anos. A dupla foi presa na manhã desta quinta-feira (27) em Paranaíba, cidade distante a 422 quilômetros de Campo Grande, durante a fase Rota Caipira da Operação Ícaro.
Os dois viraram suspeitos logo depois do piloto reaparecer com a aeronave. "Levantou suspeita da Polícia Civil o fato de no dia seguinte ao crime, o piloto pousar com a aeronave no aeroporto de Cáceres, no Mato Grosso, alegando que conseguiu fugir e decolar com o avião durante um descuido dos hipotéticos sequestradores", informa nota enviada pela Polícia Civil.
Os dois também apresentaram versões diferentes das imagens colhidas pelo sistema de câmeras do hangar.
Segundo a delegada Ana Cláudia Medina, da Deco (Delegacia Especializada de Combate ao Crime Organizado), a equipe policial chegou a Paranaíba na segunda-feira (24) e deu início as entrevistas para, inclusive, com a reprodução simulada do que ocorreu no aeroporto.
&39;&39;Tivemos uma série de divergências nas versões prestadas oficialmente pelo Idevan e também na do Edmur. Não tivemos outra opção a não ser fazer essas prisões temporárias que foram cumpridas hoje", disse Medina ao site Destak Agora.
Um dos detalhes apresentados por ela é o fato de Idevan ter dito que foi trancado pelos bandidos. Mas ao analisar o local, a polícia percebeu que qualquer pessoa teria muita dificuldade em fazer isso, por conta de problemas na fechadura. "Ele mesmo teve dificuldade de fechar pelo lado de fora".
Conforme a delegada, um terceiro morador da cidade, também com vínculo com a área da aviação, é outro alvo das investigações. &39;&39;Está sendo investigado por conta de denúncias. A casa dele em uma fazenda passou por busca e apreensão para que nós pudéssemos apurar o que estava sendo denunciado, essas divergências apresentadas", explicou.
Nesta fase da investigação, a polícia trabalha com dados de câmeras de segurança, versões apresentadas pelos envolvidos e testemunhas. &39;&39;Várias pessoas foram vistas aqui, inclusive, há retratos falados. Mas também temos informações de que as vítimas que registraram os retratos não falaram a verdade&39;&39;, disse.
Além dos dois mandados de prisão temporária, estão sendo cumpridos na cidade cinco de busca e apreensão em residências, fazenda e outros hangares do aeroporto municipal.
O caso - À polícia, Edmur contou que estava no Aeroporto Municipal de Paranaíba no dia 18 de junho, quando seis homens, quatro deles encapuzados, invadiram o hangar. A ação durou 44 minutos e piloto foi levado pelo grupo para o Mato Grosso. Ele teria conseguido fugir da quadrilha depois de 30 horas.
› FONTE: Campo Grande News