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Escola amanhece com PM e apreensão dos pais após aluna ameaçar colega com faca

Publicado em 04/09/2025 Editoria: Capital


Policiais militares nesta manhã na frente da Escola Estadual (Foto: Marcos Maluf)

Policiais militares nesta manhã na frente da Escola Estadual (Foto: Marcos Maluf)

A adolescente foi apreendida e encaminhada para a Unei (Unidade Educacional de Internação)

Na manhã desta quinta-feira (4), pais e responsáveis chegaram apreensivos à Escola Estadual Professora Maria de Lourdes Toledo Areias, no Conjunto Recanto dos Rouxinóis, em Campo Grande. O clima de insegurança é reflexo do episódio registrado ontem, quando uma aluna de 15 anos levou faca para a instituição e ameaçou matar a colega após discussão em um grupo de WhatsApp.

A auxiliar de limpeza Andreia Piazzon, de 32 anos, disse que não se sente segura em deixar a filha, aluna do ensino médio, na escola. “Não foi a primeira vez que isso aconteceu. Já teve caso de aluno com tesoura. Acho que deveria ter uma policial mulher para revistar as meninas, porque o comentário é de que ela escondeu a faca dentro da calça”, afirmou.

Durante a confusão, Andreia estava no trabalho quando recebeu um áudio da filha chorando. “Ela me disse que havia uma menina com faca. Fiquei desesperada, liguei para minha enteada para saber se estava tudo bem”, contou. A adolescente relatou que a agressora passou ao lado dela com a arma branca. “Ela olhou para mim e eu pensei: ‘vou morrer’. Foi muito assustador. Teve aluno que pulou a grade para fugir. Até o tio da escola tentou segurar e acabou ferido na mão”, relatou a estudante.

Para Andreia, a ronda escolar não atua de forma preventiva. “Eles aparecem só depois que acontece alguma coisa. Ficam um ou dois dias e depois somem. Isso precisa mudar”, criticou.

Já a motorista de aplicativo Mary Kelly de Oliveira, 42 anos, mãe de um estudante da sala da autora, avaliou a situação de forma diferente. Ela disse saber que a aluna tem diagnóstico de TEA (transtorno do espectro autista) e acredita que a crise foi um caso isolado. “Ela não deve ser medicada, então entrou em crise e explodiu. Acho que a escola é ótima e está preparada. Se fosse uma aluna sem nenhuma condição especial, eu estaria mais preocupada, mas, sabendo da situação dela, consigo entender”, afirmou.

A aposentada Regina Maura, 44 anos, que tem um filho recém-matriculado na instituição, também demonstrou receio. “A escola deveria ser um lugar seguro, mas, depois do que aconteceu, orientei meu filho a ficar mais atento a tudo em volta. Também não vejo a ronda escolar com frequência por aqui”, disse.

Hoje, uma viatura da ronda escolar chegou à unidade às 6h40. Um dos policiais disse que a equipe vai reforçar a vigilância na região devido ao ocorrido, mas ressaltou que o serviço é realizado de forma rotineira em todas as escolas da rede estadual.

De acordo com a delegada Daniella Kades, da Deaij (Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude), a adolescente tentou esfaquear uma colega de 16 anos e feriu superficialmente no rosto outra estudante de 15. O zelador da escola também ficou lesionado ao tentar contê-la.

Ainda de acordo com a delegada, a ficha escolar da adolescente traz apenas a menção a uma “investigação diagnóstica” de transtorno do espectro autista, sem qualquer laudo conclusivo. O CRAS (Centro de Referência de Assistência Social), onde ela foi avaliada, informou que a jovem recebeu alta médica por apresentar plena consciência dos atos, tendo agido de forma premeditada. Em seguida, foi apreendida e levada para a Unei (Unidade Educacional de Internação). "Ela foi autuada por ato infracional equivalente a tentativa de homicídio e lesão. O Juiz confirmou a apreensão", destacou a autoridade policial.

Em nota, a SED (Secretaria de Estado de Educação) afirmou que mantém ações de prevenção e monitoramento, como videomonitoramento, ronda escolar, equipes de inteligência e protocolos de segurança em parceria com as Polícias Civil e Militar e o Corpo de Bombeiros, em todas as 350 escolas da rede estadual.

 



› FONTE: Campo Grande News