Parentes denunciam silêncio do Exército, falta de laudos e suspeita de práticas abusivas no pelotão
A família de Dhiogo Melo Rodrigues, encontrado morto com apenas 19 anos, nas dependências do CMO (Comando Militar do Oeste) em Campo Grande, no dia 27 de outubro, volta a cobrar respostas do Exército, após mais de duas semanas sem uma resposta oficial do caso.
Em nota de repúdio encaminhada ao TopMídiaNews, a família alega que ainda não recebeu nenhuma explicação oficial sobre o que realmente aconteceu no dia da morte do soldado. “O silêncio do Exército Brasileiro é inaceitável. Nenhuma autoridade nos procurou, não tivemos acesso aos resultados das investigações, não nos devolveram sequer o celular de Dhiogo, e o que é pior: parece haver um esforço deliberado em abafar o caso”, disseram.
Dhiogo foi encontrado ferido por um tiro de fuzil, arma usada durante serviços de guarda nas instalações. Segundo informações do Exército, o jovem era lotado na Base de Administração e Apoio do Comando Militar e no momento do incidente estava sozinho em um posto de serviço do aquartelamento do Forte Pantanal.
“Exigimos respeito, transparência e justiça. Um jovem entrou vivo na instituição, cheio de sonhos e futuro, e saiu sem vida, sem que ninguém nos diga o porquê. O Exército se cala, enquanto uma família inteira sofre e clama por respostas”, continua a nota.
Para a família de Dhiogo, o caso é tratado com descaso, como se a morte do jovem fosse “apenas mais um número”, sem as devidas investigações. “Dhiogo tinha nome, rosto, história e família. Nós não vamos descansar até que a verdade venha à tona. Queremos respostas. Queremos justiça”, finaliza a nota.
Práticas abusivas
Dhiogo havia ingressado há apenas três meses no Exército Brasileiro, e desde o início, apresentava sinais de forte abalo emocional, e declarou a família que não queria mais servir. Entretanto, ele não obteve auxilio ou tratamento adequado dentro do Exército.
O CMO informou que faz ‘testes psicológicos periódicos’, o que a família rebate, já que nenhum laudo foi apresentado ou documentos que comprovassem capacidade psicológica para manuseio de armamento.
“Relatos de diversos recrutas que serviam no mesmo pelotão apontam práticas recorrentes de maus-tratos e pressão psicológica, o que reforça a suspeita de um ambiente de violência institucional e negligência com a saúde mental dos jovens sob tutela do Exército”, diz a família de Dhiogo.
A reportagem entrou novamente em contato com o CMO em busca de esclarecimentos sobre a investigação, mas até o fechamento desta matéria não obteve retorno. O espaço segue aberto para futuras manifestações.
› FONTE: TopMídiaNews