Contratos da iluminação com empresas investigadas subiram 21,4 milhões em um ano
Publicado em 20/12/2025
Editoria: Geral
Em junho do ano passado, o total contratado era de R$ 15.525.236,52, mas já alcança R$ 37.022.851,58
Em um ano e três meses, os contratos da Prefeitura de Campo Grande com as três empresas responsáveis pela manutenção da iluminação pública tiveram aumento de R$ 21.497.615,06. O acréscimo representa reajuste de 138% entre junho do ano passado, quando as contratações passaram a vigorar, e setembro deste ano, quando foi feita a última alteração. Todos os contratos foram renovados e têm validade até junho do ano que vem.
Construtora JLC Ltda, em nome de Hilário Queiroz Lopes Cáceres, Jorge Lopes Cáceres e Mariana Queiroz Lopes Cáceres; M.R. Construtora Ltda, de Iraci Padilha dos Santos, sediada em Maracaju; e Construtora B&C Ltda, cujos sócios são Laerte Gomes de Sousa e Valberto Costa da Silva, são investigadas pelo Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção), que cumpriu nesta manhã mandados de busca e apreensão da Operação Apagar das Luzes.
De acordo com o grupo, os contratos suspeitos estão vigentes, foram firmados em 2024 e receberam diversos aditivos, com superfaturamento de serviços avaliados em R$ 62 milhões. Levantamento feito pela reportagem no Portal da Transparência da Prefeitura de Campo Grande mostra que, em junho do ano passado, os contratos somavam R$ 15.525.236,52, mas já alcançam R$ 37.022.851,58.
Um dos contratos, o da Construtora B&C para a região da Lagoa, recebeu aditivos e reajustes em fevereiro de 2025, junho de 2025 e dois em setembro do mesmo ano. O valor inicial era de R$ 2.244.758,49 e foi acrescido de R$ 3.167.679,03, totalizando R$ 5.412.437,52.
Ao todo, nos três lotes conquistados pela B&C na licitação para manutenção do sistema de iluminação pública da Capital — Imbirussu, Lagoa e Segredo —, o contrato inicial foi firmado em R$ 6.149.094,36 e já soma R$ 14.885.371,67. Já o contrato da M.R. Construtora para a região do Prosa passou de R$ 1.994.494,11 para R$ 4.300.411,70.
Por fim, os contratos da JLC para as regiões do Anhanduizinho, Bandeira e Centro eram de R$ 7.381.648,05 em junho do ano passado e chegaram a R$ 17.837.068,21. A empresa leva no nome a sigla de um de seus sócios, Jorge Lopes Cáceres, de 72 anos, que chegou a ser preso durante a operação desta manhã por manter em casa uma arma de fogo sem registro. Ele pagou fiança de R$ 2 mil e foi liberado.
A JLC é a mesma empresa que forneceu a iluminação de Natal da cidade por R$ 1,7 milhão, mas o contrato não é alvo de investigação.
Os sócios da JLC alegam que a empresa tem sido alvo de ataques frequentes e infundados. O advogado Fábio de Melo Ferraz, da B&C, disse que ainda não tem o teor das investigações e nem a decisão que determinou a busca e apreensão. "Mas o que eu posso falar é que a empresa colaborou 100% com todos. Agora a gente vai se inteirar do que aconteceu e vai fazer a defesa", afirmou.
A Prefeitura de Campo Grande informa que, com relação a Operação Apagar das Luzes, realizada pelo Ministério Público Estadual (MPMS), a Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep) vem colaborando com a investigação, fornecendo todo material solicitado pelo Gecoc.
Apesar dos contratos ainda estarem ativos, o Município alega que são processos licitatórios iniciados em gestões anteriores, para execução do serviço de manutenção da iluminação pública em Campo Grande.
› FONTE: Campo Grande News