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Dez criminosos participaram de roubo de ouro no Aeroporto de Guarulhos

Publicado em 27/07/2019 Editoria: Brasil


Segundo o delegado, o ouro provavelmente atraiu a atenção dos bandidos pela facilidade de comercialização. “Eles conseguem derreter esse ouro e tirar a procedência ilícita e transformar mais uma vez”, disse.
 
Ao menos dez pessoas participaram do roubo de uma carga de ouro na quinta-feira (25), no Aeroporto Internacional de Guarulhos, segundo o delegado responsável pelo caso, João Carlos Hueb.
 
Os criminosos levaram 718,9 quilos de ouro que valem, segundo a polícia, mais de R$ 100 milhões. “É uma quadrilha bem organizada, que conhece meios de investigação. Não foi, com certeza, o primeiro roubo deles”, ressaltou o delegado ao detalhar a ação da quadrilha. 
 
De acordo com Hueb, os ladrões estiveram todo o tempo com o rosto coberto e tentaram apagar as digitais dos carros usados no crime. Até o momento foram ouvidas nove testemunhas.
 
O roubo
 
O grupo chegou ontem ao aeroporto por volta das 14h30 em dois carros disfarçados de viaturas da Polícia Federal. Fortemente armados, renderam os funcionários que faziam a manipulação da carga e os obrigaram a transferir o ouro para uma das caminhonetes. A entrada dos ladrões foi facilitada por um supervisor de logística que havia sido rendido na noite anterior.
 
Na manhã de quarta-feira (24), o funcionário foi fechado no trânsito em quanto levava a esposa ao trabalho, na região da Avenida Jacu-Pêssego, zona leste paulistana. A ação foi feita por um veículo caracterizado de ambulância, de onde desceu um criminoso que rendeu o supervisor e obrigou a mulher a entrar no veículo usado pelos criminosos. O ladrão explicou que a esposa permaneceria como refém e ele seria obrigado a auxiliar o grupo no roubo.
 
No final daquela tarde, o funcionário teve um novo encontro com os criminosos, quando foi levado à própria casa e teve toda a família feita de refém: a sogra, o cunhado, a cunhada, os dois filhos e uma criança da vizinhança. No dia seguinte, na quinta-feira (25), ele foi levado junto com os criminosos para realizar a ação.
 
De acordo com o depoimento do supervisor, o grupo já sabia da chegada da carga de ouro ao aeroporto. O metal, dividido em 31 malotes, tinha como destino Nova York, nos Estados Unidos, e Toronto, no Canadá.
 
Após a ação no aeroporto, o grupo foi até um estacionamento em São Miguel Paulista, zona leste da capital, onde transferiu o ouro para outros dois carros encontrados pela polícia.
 
Nenhum dos veículos usados no crime consta como roubado. A polícia suspeita que tenham sido comprados no interior do estado por meio de fraudes. Outros dois veículos também foram abandonados pelos ladrões e não se sabe como o ouro foi transportado a partir de então.
 
Depois do roubo, a esposa do supervisor foi liberada em Itaquaquecetuba, município da parte leste da Grande São Paulo. O funcionário também foi libertado ileso.
 
Segundo o delegado, o ouro provavelmente atraiu a atenção dos bandidos pela facilidade de comercialização. “Eles conseguem derreter esse ouro e tirar a procedência ilícita e transformar mais uma vez”, disse.


› FONTE: Agência Brasil