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Cantor e violeiro Ivo de Souza morre em acidente no macro anel na BR-262

Publicado em 20/10/2019 Editoria: Região


Para a Polícia Civil a chuva de ontem a tarde (19) foi determinante, no acidente que resultou na morte do violeiro Ivo de Souza, no macro anel rodoviário de Campo Grande, na tarde deste sábado (19). De acordo com o delegado Antônio Ribas, plantonista da Depac (Delegacia de Pronto Atendimento) do Centro, o músico foi lançado a 15 metros do veículo após a batida.
 
O cantor e compositor iria comemorar 74 anos em uma festa na Chácara da Antártica, em Campo Grande, neste domingo (20). O cantor conduzia um Uno, sentido Indubrasil e após aquaplanar, rodou na pista.
 
Em seguida o carro avançou a pista contrária e foi atingido na lateral por um caminhão. “A chuva foi determinante. No momento do acidente a visibilidade não era boa e há indícios de que ambos os veículos não estavam em alta velocidade”, comentou.
 
Ainda segundo o delegado, um teste preliminar apontou que o cinto estava funcionando normalmente. Mas o corpo de Bombeiros não descarta a possibilidade que ela tenha se soltado com a batida. Os dois veículos pararam a uma distância de cerca de 40 metros, um do outro.
 
O veículo de Ivo foi atingido por um caminhão de ferragens. No caminhão estavam 3 pessoas que não se feriram. O motorista, Edmar Soares Batista, de 26 anos, passou por teste de bafômetro e não foi atestado embriaguez. Ele e outros dois funcionários de uma empresa que faz montagem de tendas, retornavam de Terenos e seguiam para o assentamento Patagônia. 
 
Os Bombeiros foram acionados para a ocorrência, mas o cantor morreu no local. Devido ao acidente uma longa fila de veículos se formou no local e o tráfego, seguia lento em um dos sentidos.
 
Amigos da vida e do palco ficaram abalados com a notícia. Todos com um nó na garganta mantiveram-se firmes, mas falaram pausadamente para segurar o choro.
 
Comentaram sobre a relação com o cantor que ficará pra sempre no coração dos violeiros. “Perdemos a pessoa que mais defendia o Estado com músicas inéditas. Fica difícil dizer, é como se tivesse falando do meu pai. A última vez que subimos ao palco, pedi benção e ele sempre com aquela alegria. Isso me dava forças. Me ensinou muito”, diz Alex, da dupla com Yvan.
 
Alex fala da admiração que tem pelo cantor. “Foi a primeira pessoa que vi tocando viola, minha inspiração”, conta. O momento é de tristeza e ele desabafa, “nesse meio, pensam que o artista não sente frio, dor e que tem que estar sorrindo, querendo tirar fotos. Mas não é sempre que estamos bem”.
 
Quem também tinha uma relação próxima com Ivo é o cantor Jadson, que faz dupla com Jads. “O conheci há 20 anos, antes de entrar na música profissional. Deu-me dicas e chamou para cantar. Tínhamos uma afinidade bonita, coisa de pai para filho. Tratava-me com carinho e respeito, vai deixar saudades”, afirma.
 
O músico, Waldemar Francisco de Souza, o Ado, lembra da época que conheceu o violeiro. “Foi em 1974. Ele trabalhava de motorista e fez minha mudança, as coisas vieram de trem. Foi o nosso primeiro contato. Tornamos-nos amigos, viajamos bastante, o acompanhei e ajudei como base de violão e cantando. Chegamos a formar dupla por um tempo, mas não deu certo”.
 
Ado recorda da carreira do amigo. “Gravou LPs como Ivo de Souza e Jaguinho; Ivo de Souza e Ednelson; Ivo de Souza e Angelino. Foi uma pessoa excelente, uma das grandes vozes do estilo grave e ganhou três prêmios no festival de Barretos. A notícia pegou todos de surpresa porque estávamos nos preparando para a festa que seria neste domingo”.
 

 



› FONTE: Campo Grande News