Deputados arquivam projeto que acabava com taxa de religação de água e luz
Publicado em 19/11/2019
Editoria: Política
Tucano chegou a pedir para deputado não criar ‘pseudoexpectativa’
Os deputados estaduais arquivaram na ALMS (Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul) por 12 votos contrários e seis a favor o projeto que acabaria com a taxa de religação dos serviços de água e energia elétrica. Apresentada por Felipe Orro (PSDB), a proposta foi discutida por mais de uma hora em segunda votação nesta terça-feira (19), mas não foi aprovada.
Gerson Claro (PP) defendeu que o cidadão que paga a conta em dia acabaria tendo que arcar com o custo da taxa dos que não pagam. “Maior parte da população já deixa de comprar arroz e feijão para pagar energia elétrica e ainda vai ter que arcar com a taxa do vizinho”.
Barbosinha (DEM) explicou que caso a proposta fosse aprovada, a Energisa solicitaria a inclusão da taxa no valor cobrado aos demais usuários da energia elétrica. “99% da população paga correto, paga em dia. O custo vai acabar realocado para outro consumidor”.
João Henrique (PL) defendeu o projeto. O deputado pediu vistas na semana passada da proposta para poder solicitar à Energisa qual o total arrecadado com a taxa. “De janeiro a outubro deste ano foram 264 mil religações realizadas, em um total de mais de R$ 3 milhões pagos pela população. A concessionária também informou que calcula que a energia furtada por meio dos ‘gatos’ seria suficiente para abastecer as cidades de Corumbá e Bonito, juntas, por um ano”, mostrou o parlamentar aos deputados.
Evander Vendramini (PP) disse não achar justo que a população que paga em dia arcar com quem não paga. Cabo Almi (PT) criticou a forma como o consumidor é penalizado ao não pagar as contas.
“O certo era nem cortar para não ficar cobrando essa taxa de religação. Tem opções, como colocar o nome do sujeito no SPC e Serasa”, disse, e foi aplaudido pelos colegas. Pedro Kemp (PT) afirmou que ninguém gosta de ‘viver à luz de velas’ e o consumidor que não paga é por não ter condições de arcar com a tarifa, que é alta.
Rinaldo Modesto (PSDB) sugeriu que Orro retirasse o projeto. “Isso é criar uma pseudoexpectativa na cabeça das pessoas. Se tiver que mudar, é lá em cima. Não cabe a nós e peço perdão deputado, mas já que o senhor é presidente da CPI da Energisa, vamos ter 120 dias para discutir as questões da empresa. Quero registrar meu sentimento porque o projeto passa aqui, mas ‘vai para lá’ e vetam. Ficam brincando com a população”, disse o tucano sobre a possibilidade de veto do governador Reinaldo Azambuja (PSDB) sobre a proposta.
› FONTE: Midiamax