Verão é temporada de escorpiões; saiba o que fazer em caso de picadas
Publicado em 06/01/2020
Editoria: Saúde
O período do verão, entre os meses de dezembro e março, exige maiores cuidados com relação aos acidentes com escorpiões. O tempo quente e chuvoso, é ideal para o aparecimento desse animal peçonhento que gosta de se abrigar em locais escuros, com lixo, entulhos e dentro de bueiros.
As ocorrências de picadas de escorpião em Campo Grande tiveram aumento de 46% nos últimos quatro anos, conforme mostram os dados do Sinan (Sistema de Informação de Agravos de Notificação). Só em 2018, foram 688 casos registrados na Capital, sendo a maioria deles no período que acende o alerta para os cuidados.
Como esse cenário é comum em todo o Brasil nesta época do ano, o médico especialista em toxicologia, Sandro Benites, do Centro Integrado de Vigilância Toxicológica (Civitox), do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul (HRMS), alerta para os cuidados preventivos, e também sobre o que fazer caso ocorra a picada de escorpião:“Imediatamente se encaminhar para a unidade de saúde mais próxima. Não esperar os sintomas. Se for criança, a emergência é maior ainda”.
Os relatos de quem já passou por essa situação, segundo o médico, é de dor muito intensa, como se fosse uma faca quente penetrando na carne. Essa situação de acidentes leves, apenas com dor local, representa 98% dos casos. Porém, há situações que indicam sinais de gravidade e correr contra o tempo se torna primordial. “Se além da dor no local apresentar dor abdominal, acompanhado de náuseas e vômitos, deixamos de estar diante de um acidente leve e passamos a estar diante de um acidente moderado a grave. Aí estamos autorizados do ponto de vista ético e científico, a fazer o soro antiescorpiônico, que quanto mais precoce, melhor”.
O profissional lembra de caso recente ocorrido na Capital, com uma criança de apenas 6 anos, que apresentou todos esses sintomas após ser picada por escorpião. Nesse caso a rapidez da família em buscar socorro, somada a agilidade da equipe médica, fez toda a diferença para que a menina sobrevivesse. “Chegou com só 30% do coração funcionando. (…) 20 minutos após a chegada, ela já estava em coma, por causa do veneno do escorpião. Foi um acidente extremamente grave e a preparação da equipe fez toda a diferença no desfecho”, conta.
Caso já tenha visto um escorpião nas proximidades da residência, a recomendação é trocar os ralos simples por ralos com tampa. Outro cuidado simples que pode auxiliar na prevenção é jogar água sanitária nos ralos, inclusive das pias de banheiro e cozinha, pois o produto espanta o escorpião. As baratas são alimentos preferidos dos escorpiões, portanto é necessário eliminá-las dos ambientes de convívio social.
Outros cuidados essenciais são manter jardins e quintais limpos, evitar o acúmulo de entulhos, folhas secas, lixo doméstico, material de construção nas proximidades; manter a grama aparada; sacudir roupas e sapatos antes de usá-los, pois escorpiões podem se esconder neles e picam ao serem comprimidos contra o corpo; combater a proliferação de insetos, alimento principal dos escorpiões; afastar as camas e berços das paredes, evitar que roupas de cama e mosquiteiros se encostem ao chão.
“Um mutirão contra a sujeira para evitar a praga do escorpião, ajuda a evitar também outras pragas como a dengue, chikungunya, e a leishomaniose. Uma cidade limpa evita uma série de doenças”, finaliza o médico.
› FONTE: Subsecretaria de Comunicação de Mato Grosso do Sul