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''Chorei em acreditar que pessoas ainda agem assim'', diz vítima de homofobia

Publicado em 08/02/2020 Editoria: Cidade


Célio Moreira de Andrade Júnior foi vítima de homofobia em Campo Grande. (Foto: Kísie Ainoã)

Célio Moreira de Andrade Júnior foi vítima de homofobia em Campo Grande. (Foto: Kísie Ainoã)

&39;&39;Gay não entra no meu carro&39;&39;. Foi com essa frase que o fisioterapeuta e empresário Célio Moreira de Andrade Júnior, 26 anos, foi impedido de pegar uma corrida de aplicativo na noite de ontem (7) em Campo Grande. Sentindo na pele o preconceito escancarado, a vítima chorou e procurou a delegacia para denunciar o crime.
 
Ao Campo Grande News, Célio contou que o caso ocorreu por volta das 20h30. Ao sair do trabalho, o empresário solicitou uma corrida de aplicativo, mas a surpresa veio quando o carro chegou. &39;&39;Me aproximei e perguntei se aquele era o veículo. O motorista perguntou se eu era gay, respondi que sim e questionei o motivo da pergunta&39;&39;, disse.
 
Segundo a vítima, a resposta do motorista foi curta e direta: &39;&39;Gay não entra no meu carro&39;&39;, disse o homem. &39;&39;Eu perguntei: você sabia que isso é homofobia? Ele só ergueu o vidro do carro e foi embora", lembrou.
 
Célio entrou em contato com a empresa responsável pelo aplicativo e denunciou o caso. Ele foi orientado a procurar a polícia e foi informado que a empresa iria tomar medidas cabíveis contra o motorista.
 
&39;&39;Chamei outra corrida pelo mesmo aplicativo e entrei no carro chorando. Chorei em acreditar que seres humanos ainda agem dessa forma, que acreditam que a minha vida vai interferir na deles. E se eu não fosse gay, o motorista me levaria?", questionou.
 
Na delegacia, Célio contou que recebeu todo o suporte necessário.&39;&39;O delegado até comentou que o motorista poderia ter feito algo comigo se eu tivesse entrado no carro". contou. O outro motorista do aplicativo que levou a vítima ao local, esperou ele registrar a ocorrência e depois levou para casa. Ele não cobrou pela corrida.
 
O empresário contou que não quer expor o autor da homofobia, mas que denunciou o caso para que outras vítimas sejam encorajadas a denunciar esse tipo de crime. &39;&39;Quero fazer um alerta. Imagina quantas pessoas passam por isso e não falam nada? Isso não acontece só nos grandes centros. Acontece em todos os lugares", ressaltou.
 
De acordo com Célio, essa não é a primeira vez que ele foi vítima de homofobia. &39;&39;Na semana passada uma cliente se recusou a fazer as unhas porque o meu salão pertence a um gay", contou.
 
O caso foi registrado na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Centro.


› FONTE: Campo Grande News