Coronavírus: esqueceram da excelência dos pulmões
Publicado em 28/02/2020
Editoria: Saúde
Tempo de temor. O coronavírus ceifou algo como 3 mil vidas. A quase totalidade de pessoas idosas com problemas anteriores nas vias respiratórias. Mas esquecem da excelência dos pulmões na limpeza. Segundo uma estimativa, o morador urbano médio inala cerca de 20 bilhões de partículas estranhas todos os dias - vírus, bactérias, esporos de fungos, pólen, pó, poluentes industriais, seja lá o que estiver flutuando no ar. Muitas dessas coisas podem deixá-lo bem doente, mas não deixam. O motivo é que seu corpo é especializado em combater invasores.
Coronavírus: esqueceram da excelência dos pulmões
O grande combate contra invasores.
Se a partícula que entra pelo nariz ou pela boca é grande ou muito irritante, você quase certamente a elimina tossindo ou espirrando (muitas vezes, passando o problema para outra pessoa). Se é pequena demais para provocar uma reação tão violenta, é muito provável que fique presa no muco que reveste o interior de teu nariz ou nos brônquios e bronquíolos em seus pulmões. Essas vias aéreas minúsculas são forradas por milhões e milhões de epitélios ciliados que atuam como remos (remando furiosamente 16 vezes por segundo) e, assim, rechaçam os invasores de volta para a garganta.
Coronavírus: esqueceram da excelência dos pulmões
Torrados pelo ácido clorídrico.
Da garganta, o invasor será levado para o estômago e dissolvido pelo ácido clorídrico que lá existe em grande quantidade. Viram átomos, "pozinho " de invasor. Se alguns invasores conseguem passar por esses pelotões de guerra, encontram pequenas máquinas vorazes chamadas macrófagos alveolares, que os devoram. A despeito disso tudo, ocasionalmente alguns invasores passam e nos deixam doentes. A vida é assim, especialmente para quem não se cuida, para quem deixe enfraquecer esses excelentes pelotões de combate. Só para estes o coronavírus não encontrará a resistência ideal e vencerá a guerra.
Coronavírus: esqueceram da excelência dos pulmões
O papel dos espirros.
Só há pouco se descobriu que os espirros são uma experiência muito mais úmida do que se pensava. Uma equipe do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, estudou o espirro em detalhes. Descobriu que as partículas do espirro podem viajar por 8 metros e ficar em suspensão no ar por 10 minutos antes de pousar suavemente em superfícies próximas. Por meio de filmagens com ultra câmeras lentas, descobriram também que o espirro não é uma massa de gotículas, como pensávamos. Parece com um lençol flutuando no ar até aterrissar em uma superfície. Essas experiências deixaram muito claro que não convém estar por perto de uma pessoa espirrando (mais de 8 metros de distância se faz necessário).
Coronavírus: esqueceram da excelência dos pulmões
Temperatura e contágio maior pelo contato físico.
Uma teoria interessante é que o clima e a temperatura talvez influenciem o modo como as gotas de um espirro se juntam. Essa recente teoria ajuda a explicar por que a gripe e os resfriados são mais comuns no frio. Essa teoria é importante para termos a esperança que o calor brasileiro seja uma trava eficiente contra o coronavírus. Mas não há teoria nem explicação para algo impensável: as gotículas do espirro são mais contagiosas pelo contato físico do que pela respiração ou pelo beijo. Isso significa que lavar as mãos (e o corpo todo) é mais importante que usar máscaras (ainda que as raras e caras máscaras com poros ultra diminutos sejam uma boa barreira, mas só elas prestam).
› FONTE: Campo Grande News