Coronavírus espanta público e deixa Casa da Saúde quase vazia
Publicado em 31/03/2020
Editoria: Cidade
A Casa da Saúde, em Campo Grande, tem recebido, em média, 300 pessoas por dia, segundo a SES (Secretaria Estadual de Saúde), mas na manhã desta terça-feira (31) as cadeiras de espera estavam desocupadas. Sem ônibus trafegando, para os poucos que foram buscar medicamentos no local de assistência farmacêutica, o coronavírus espantou o público e o vazio é inédito.
Máscaras são vistas no rosto de quem entrega os medicamentos, da janela de atendimento, e nas pessoas que buscam os remédios. Ainda que todo o espaço tenha sido dividido com a distância que previne o contágio, por volta das 9h, quase ninguém foi visto na Casa da Saúde. As muitas cadeiras disponíveis indicam que a farmácia pública esperou público que não veio.
Buscar medicamento nesta manhã não tinha a fila e nem a tradicional espera. Cerca de 10 minutos se passavam entre a senha e a entrega. Os poucos que foram até a Casa da Saúde, acostumados com a lotação, pareceram observar a falta de gente com estranhamento.
É o que contou a copeira Vilianeide Andrade da Silva, 57. “Todos os meses busco remédio, estou estranhando porque nunca é assim”, disse, enquanto espalhava álcool em gel nas mãos.
A professora Rita Flávia, 45, também busca, todos os meses, medicamento para tratar anemia. “É bem lotado, não é assim não, no último mês que eu vim toda a sala estava bem aglomerada, acredito que esse vazio seja em razão do vírus porque a Casa da Saúde é sempre bem cheia”, conta.
“Podia ser sempre assim pra gente não ficar esperando muito tempo em fila, até porque tem muita gente que vem buscar remédio e que é vulnerável, se fosse sempre assim seria uma maravilha”, opina ela. A professora conta que antes, o tempo de espera durava de 40 minutos a 1 hora.
Arthur Duarte, 28, é fisioterapeuta e buscou remédio no setor de judicialização, que entrega medicamentos que não são fornecidos pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Ali é sempre vazio, contou. “Mas é a primeira vez que vejo o saguão principal assim. A última vez tinha até gente pra fora esperando pra poder entrar. O corona espantou as pessoas”, disse.
Por meio da assessoria de imprensa, a SES declara que não há redução no atendimento, e sim que há períodos de atendimento mais concentrados. "Não configura redução, pois os pacientes cadastrados estão retirando os medicamentos que necessitam", diz a nota.
› FONTE: Campo Grande News