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Polícia desmonta grupo de extermínio do PCC e apreende quatro pistolas

Publicado em 15/04/2020 Editoria: Polícia


Pistola 9 milímetros fabricada nos Estados Unidos usava carregador com 30 cartuchos (Foto: Adilson Domingos)

Pistola 9 milímetros fabricada nos Estados Unidos usava carregador com 30 cartuchos (Foto: Adilson Domingos)

Cinco suspeitos foram presos e quatro pistolas automáticas apreendidas em seis dias de trabalho do SIG (Setor de Investigações Gerais) da Polícia Civil em Dourados, a 233 km de Campo Grande. Eles são acusados de pertencer a um grupo de extermínio da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), atualmente em guerra com a chamada “oposição” em Dourados.
 
O delegado Rodolfo Daltro, chefe do SIG em Dourados, afirma que espera, com as prisões, diminuir a violência em decorrência da guerra de facções atualmente em andamento na cidade. Pelo menos um assassinato e quatro tentativas de homicídio ocorridos nos últimos dias são atribuídos ao grupo.
 
Os presos são Rogério Aparecido de Jesus, 25, o “Careca”, Geovani Mendes da Fonseca, 27, o “Chocolate”, Walter Dantas Cabreira, o “Xeque-Mate”, 19, Carlos Henrique Lemos Viana, o “Lagartixa”, 22, e um adolescente de 15 anos, conhecido como “Terrorista”.
 
Outro integrante do grupo, Claylson Silva Edwillians, 19, o “Keko”, foi morto com tiro de fuzil calibre 5.56 no peito em confronto com policiais militares, na noite de domingo (12). 
 
A ação contra a quadrilha começou após a tentativa de assassinato de Cícero Matias da Silva Júnior, o “Pantera”, 24, no dia 9 deste mês. Surpreendido em um salão de cabeleireiro no residencial Estrela Tovy, foi alvo de pelo menos dez tiros de pistola 9 milímetros. Alvejado por dois tiros, “Pantera” está hospitalizado.
 
Minutos após o atentado, o SIG prendeu como suspeitos do atentado Rogério de Jesus e Geovani da Fonseca, no Jardim Itália. Geovani chegou a usar a prima de 9 anos como escudo quando os policiais chegaram ao local. Duas pistolas 9 mm foram encontradas com eles.
 
Na Sexta-Feira Santa, a quadrilha invadiu uma casa na Vila São Brás, região leste da cidade, e executou Ronaldo Santos Alves, 25, atingido por pelo menos 20 tiros de pistola.
 
Dois dias depois, o grupo de extermínio voltou ao ataque. Cleiton Alves Silveira, 20, Gabriel Alves Noia, 17, e Willian do Nascimento Queiroz, que estavam em frente a uma casa no residencial Dioclécio Artuzi III, foram feridos a tiros por pistoleiros em duas motos. Na ação para prender os suspeitos, a Polícia Militar localizou “Keko” no residencial Ipê Roxo. Ele reagiu e foi ferido no peito. Morreu antes de chegar ao hospital.
 
Na segunda-feira (13), o SIG chegou a um adolescente de 15 anos, conhecido como “Terrorista”. Ele estava com uma das armas usadas pelo grupo, a pistola Taurus calibre 7.65. Ontem, os policiais prenderam Walter Dantas Cabreira, o “Xeque-Mate”, flagrado com uma pistola Glock 9 mm com carregador estendido, com 30 cartuchos. Segundo a polícia, ele planejava matar um agente público, a mando do PCC, para demonstrar a força da facção.
 
Também nesta terça-feira, os agentes do SIG chegaram a Carlos Henrique Lemos Viana, o “Lagartixa”, que pilotou uma das motos no ataque aos três feridos no Dioclécio Artuzi.
 
Segundo a polícia, o adolescente conhecido como “Terrorista”, também integrante do PCC, atuou na tripla tentativa de homicídio do dia 12 apontando as vítimas e ajudando na logística.
 
Walter Cabreira, preso ontem, confessou ter sido um dos autores do assassinato de Ronaldo Alves. Alegou ter praticado o crime porque foi ameaçado pela vítima, integrante de facção rival.
 
Ele também admitiu participação no ataque com três feridos no Dioclécio Artuzi, mas afirmou não saber a identidade dos comparsas.
 
“Xeque-Mate” foi um dos beneficiados pela ordem judicial que determinou liberdade provisória a 250 presos em Dourados por causa da pandemia do novo coronavírus. O alvará de soltura dele foi emitido no dia 26 de março pelo juiz da 2ª Vara Criminal de Dourados. 
 
Segundo o delegado Rodolfo Daltro, “Lagartixa”, preso ontem acusado de pilotar uma das motos no atentado com três feridos, alega ter sido induzido ao erro pelo adolescente “Terrorista”, que teria pedido para ele dar carona a Walter Cabreira até o local do crime, sem saber das intenções da quadrilha.
 
Flagrado com a pistola 7.65, o adolescente foi autuado por ter arquitetado a tripla tentativa de homicídio a mando da facção criminosa. Já Walter Cabreira foi autuado por porte da pistola 9 mm, por participação na tripla tentativa de homicídio e por envolvimento no assassinato de Ronaldo Alves.
 
A investigação policial revela que “Keko”, morto em confronto com a PM no domingo, participou do assassinato de Ronaldo e do ataque com três vítimas no Dioclécio Artuzi.

 



› FONTE: Campo Grande News