Campo Grande varre problemas para debaixo do tapete, diz Miglioli
Publicado em 23/08/2020
Editoria: Cidade
Campo Grande chega aos 121 anos sem um planejamento urbano que proponha soluções técnicas viáveis para o crescimento da cidade. Hoje, a Prefeitura se limita a varrer para baixo do tapete os grandes problemas da Capital, adiando as soluções e tornando crônicos problemas que tornam mais difícil e sofrida a vida da população, especialmente aqueles segmentos que dependem diariamente da eficiência dos serviços públicos.
A avaliação é feita pelo engenheiro Marcelo Miglioli, pré-candidato a prefeito pelo Solidariedade, pontuando alguns entraves que se “arrastam sem solução”, como é o caso dos atendimentos de média e alta complexidade na área e saúde, a melhora do transporte coletivo, a manutenção adequada dos bairros, a drenagem das áreas de alagamento ou o desenvolvimento econômico com a geração de empregos.
Marcelo assinala que além de não existir solução, não há sequer projetos para resolver os problemas estruturais da cidade. O orçamento de R$ 4,3 bilhões não tem previsão de investimentos e, hoje, o poder público municipal vive de empréstimos e de refis em refis, sem um mínimo de planejamento.
Miglioli menciona diversas situações, como o caos na saúde gerado pela enorme fila de exames, consultas especializadas e cirurgias eletivas que só aumentam, porque a demanda é maior do que a capacidade de atendimento. “Ninguém fez nada nesses três anos e meio para solucionar o impasse. É obvio que Campo Grande precisa de mais um Centro de Diagnóstico e de Especialidades Médicas para atenuar essa situação e o desespero das famílias que veem a doença se agravar sem solução.
O abandono dos bairros é inadmissível. E vai continuar porque o trabalho de manutenção é feito “de vez em quando”, afirma Marcelo, e não como um serviço de rotina. “Por esse descaso, até parece que o morador de rua sem pavimento não é contribuinte ou merecedor de viver em um bairro bem cuidado e limpo”, comenta. A solução é firmar contratos de manutenção por região, da mesma forma que o tapa-buracos existe para atender a área asfaltada da cidade.
Outro problema que vem se arrastando há anos é o transporte coletivo, que impacta diariamente 170 mil campo-grandenses que não sabem que horário vão chegar em casa por cota de atrasos se superlotação, aponta Marcelo. Ficou evidente que a Prefeitura não se preocupa com a qualidade do atendimento ao deixar de cumprir a sua obrigação de fiscalização, só tomando providências depois que foi cobrada pelo Tribunal e Contas. Também não se teve e nem se tem notícias de melhorias previstas ou programadas. “A política é empurrar com a barriga e só agir quando a população ou outros poderes exigem”.
“Diante o descaso das empresas com a população durante a pandemia, entendemos que o serviço de transporte coletivo não atende mais o interesse público e precisa ser totalmente reformulado ou ser submetido a uma nova licitação. Nenhum contrato de concessão que é ruim para a cidade merece ser mantido”, frisa Miglioli.
Marcelo Miglioli analisa que Campo Grande parou e gerar empregos porque os polos e núcleo industriais estão abandonados e não há política municipal de atrair novos empreendimentos. “O cargo de secretário de Desenvolvimento virou moeda de barganha política, enquanto a cidade perdeu 16 mil empregos com carteira assinada em cinco anos”, denuncia.
Criar o CGTec, Polo Tecnológico de Campo Grande e firmar parcerias com os empreendedores locais e de fora serão políticas permanentes voltadas para garantir a volta dos empregos, concluiu.
› FONTE: Assessoria