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Tensão volta à área de conflito e índios jogam coquetel molotov em PMs

Publicado em 27/03/2019 Editoria: Cidade


Coquetel molotov e flecha apreendidos por policiais militares em área de conflito (Foto: Osvaldo Duarte)

Coquetel molotov e flecha apreendidos por policiais militares em área de conflito (Foto: Osvaldo Duarte)

A tensão voltou à área de conflito entre índios e sitiantes, nos arredores da reserva indígena de Dourados, a 233 km de Campo Grande. Armados com flechas e coquetel molotov, grupos indígenas teriam atacado um proprietário rural que fazia a colheita de soja em um sítio localizado entre o anel viário e a reserva indígena. Policiais militares que foram ao local para impedir o confronto também foram alvos dos ataques.
 
Os índios teriam usado pedras, rojões e as garrafas incendiárias para tentar impedir a aproximação da polícia. Os PMS tiveram de usar bala de borracha para afastar o grupo e controlar a situação. Arcos, flechas e uma garrafa usada como bomba caseira foram apreendidos, mas ninguém foi preso.
 
Sitiantes e índios estão em pé de guerra nos arredores da reserva de Dourados desde 2016, quando moradores da reserva e grupos indígenas de aldeias da região romperam anos de paz com os vizinhos e invadiram sete pequenas propriedades rurais. Cinco sítios estão invadidos até hoje.
 
A Justiça Federal chegou a determinar a reintegração de posse, mas o despejo foi suspenso por uma liminar do STF (Supremo Tribunal Federal).
 
Em 2017, a tensão chegou a outro ponto da reserva. Grupos indígenas acampados nas matas são acusados de ameaçar e agredir os sitiantes para impedir plantio de soja e milho.
 
Os índios afirmam que os ataques partem dos proprietários rurais, como um ocorrido em outubro do ano passado. Pelo menos seis pessoas ficaram feridas. Na época, Moradores da aldeia ouvidos pelo Campo Grande News afirmaram que o ataque partiu de seguranças contratados pelos sitiantes.
 
Moradores das aldeias Bororó e Jaguapiru reivindicam a ampliação da reserva, criada em 1917, e acusam proprietários rurais de se apropriarem de parte da área de 3.600 hectares. Os sitiantes afirmam que as áreas são escrituradas e nunca fizeram parte da reserva.
 
No ano passado, ao suspender a reintegração de posse dos sítios invadidos, a ministra do STF Carmén Lúcia citou que a reserva indígena foi criada pelo decreto 401, de 3 de setembro de 1917, com área de 3.600 hectares, dos quais 3.539 hectares foram demarcados em 1965 e atualmente existiriam apenas 3.515 hectares na posse dos índios, segundo levantamento da Funai, feito em 2013.


› FONTE: Campo Grande News