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Morte de gestante em Hospital de Aquidauana é alvo de investigação

Publicado em 15/05/2021 Editoria: Saúde


Em nota publicada em rede social, o Hospital Regional Dr. Estácio Muniz esclarece a respeito do protesto realizado por um grupo de indígenas na tarde de ontem, sexta-feira (14/04) em frente da unidade hospitalar em virtude do falecimento da indígena Ruthe Luiz Mendes, 38 anos, e do bebê. 
 
Segundo a nota, a paciente deu entrada na noite de 12 de março, através do Pronto-Socorro, apresentando um quadro de sangramento. De imediato a paciente foi encaminhada para a maternidade, pois informou estar gestante de 29 semanas, oportunidade em que foi atendida pelo obstetra de plantão.
 
Durante o atendimento, diz a nota, o médico constatou que o feto estava com batimentos cardíacos bem baixos, sendo solicitada transferência da gestante, via Central de Regulação da Saúde de Mato Grosso do Sul em virtude da necessidade de um parto cesárea e o suporte de vaga em UTI Neo Natal para o bebê, por ser prematuro.
 
Tão logo foi liberada a vaga, a paciente passou por uma nova avaliação que constatou a ausência de batimentos fetais, sendo então cancelada a transferência. 
 
De acordo com a nota divulgada pelo Hospital Regional de Aquidauana todos os procedimentos foram devidamente explicados aos familiares, tendo em vista que a gestante era hipertensa. Ela permaneceu internada e estabilizada aguardando o médico para realização de um exame de ultrassonografia.
 
No sábado (15/04), pela manhã, por volta das 08h30min, um dos médicos obstetra que compõe a escala médica do hospital realizou o procedimento e constatou o óbito fetal e que a gestante estava com 32 semanas de gestação.
 
Em virtude destes fatos, houve a necessidade da realização do parto cesárea para a retirada do feto, sendo que após o procedimento, a paciente retornou para o leito clinico da maternidade, com boa evolução, no entanto em determinado momento ela apresentou uma crise convulsiva sendo encaminhada de imediato para o setor de emergência do Pronto Socorro.
 
No local, a equipe médica e auxiliares realizaram todos os procedimentos necessários, mas a paciente teve uma parada cardiorrespiratória, sendo reanimada, porém apresentou a segunda. Reiniciado o processo de reanimação, não se obteve sucesso, sendo, infelizmente, constatado o óbito.
 
Neste caso, esclarece o Hospital Regional Dr. Estácio Muniz que tem prestado todos os esclarecimentos às autoridades que investigam a conduta médica e os procedimentos adotados. 
 
Também ressalta que em virtude do procedimento administrativo aberto pela unidade hospitalar, se decidiu pelo afastamento preventivo do médico que estava de plantão quando do acolhimento da paciente na maternidade. “Ele não faz mais parte da escala médica do hospital”.
 
Através da nota divulgada pelo hospital é possível entender que todos os documentos, inclusive prontuário médico solicitado ao hospital foram liberados e já houve manifestação e oitiva de profissionais da saúde no inquérito policial instaurado pela 1ª Delegacia de Polícia Civil de Aquidauana para investigar os fatos.   
 
O Hospital Regional Estácio Muniz em sua rotina de atendimento disponibiliza todo material necessário para um bom atendimento, incluindo instrumental e medicamentos, mas, não há o que discutir quanto ao procedimento médico sem a devida apuração dos fatos.
 
Neste contexto, O Hospital Regional Estácio Muniz confirma em nota publica que já se manifestou oficialmente junto a Defensoria Pública, junto ao Comitê de Mortalidade Infantil do Município e encaminhou as informações requisitadas pelo Ministério Público Estadual e ainda ao Ministério Público Federal. 
 
Importante frisar que a nota deixa evidente que o hospital está auxiliando as autoridades na investigação que visa elucidar os fatos que culminaram com a morte da gestante Ruthe Luiz Mendes e do seu bebê.
 
Por outro lado, diz a nota, o Comitê de Mortalidade Infantil vinculado a Secretária de Saúde do município de Aquidauana tem feito uma investigação minuciosa dos fatos que compete a pasta, inclusive questionando junto a SESAI (Secretaria Especial de Saúde Indígena), informações a respeito do atendimento regular da paciente que é indígena aldeada. Realização do pré-natal, aplicação de vacinas, exames de rotina e de acompanhamento da gestação. 
 
Há que se ressaltar, o pesar pela perda e o sofrimento da família enlutada e a necessidade, segundo juristas consultados pelo Portal de Aquidauana de se aguardar a conclusão das investigações, evitando assim pré-julgamentos ou acusações que não trazem nenhum benefício a comunidade. “Só com a finalização da investigação se torna possível responder as inúmeras perguntas formuladas quanto aos fatos”.