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Comitiva de Aquidauana viaja por 30 dias para entregar 1.300 cabeças de gado

Publicado em 05/04/2019 Editoria: Região


Se dormir era difícil, imagina então para tomar um bom banho

Se dormir era difícil, imagina então para tomar um bom banho

Uma comitiva no Pantanal é um sacrifício rotineiro de quem há muitos anos trabalha nesta empreitada. A comitiva JO recentemente fez uma viagem longa com 1.300 cabeças de gado da Fazenda Doralice para entregar no Nabileque em Corumbá. 
 
Jane Oliveira acompanhou a comitiva ao lado do pai pela primeira vez. "Uma experiência de muitos anos vivendo e convivendo com equipe de comitiva, mas foi a primeira vez que fui junto, dormindo no acampamento e se alimentando com a equipe" escreveu Jane em sua página na rede social.
 
Jane que reside no bairro Alto em Aquidauana acrescenta que não foi uma experiência fácil, mas valeu e essa vida de peão boiadeiro é realmente para quem gosta. Uma comitiva pantaneira promete sempre muitas emoções.
Com a boiada encerrada no fim de tarde é hora de se preparar para dormir, jantar pronto e banho em alguns momentos nem pensar, o dia começa na madrugada e a comitiva pantaneira volta para o estradão rumo ao destino já traçado.
 
A comida de comitiva é tão boa que deixou a estrada e se alojou na cidade. Em Aquidauana durante eventos tradicionais não pode faltar a comida de comitiva que se tornou opção no cardápio de muita gente por conta da realização do Festival Pantaneiro no Parque de Exposição que normalmente contava com pelo menos 10 equipes de cozinheiros de comitiva. 
 
A fila para comer um macarrão tropeiro, carreteiro, feijão com carne-seca, torresminho e até uma mandioca no prato de alumínio era constante. 
 
O evento realizado na gestão do então prefeito Fauzi Suleiman trouxe muito da cultura pantaneira para a cidade, inclusive competições e a culinária.  A garra e a determinação do homem pantaneiro se fez presente conquistando respeito e admiração. 
 
Na lida, quem vai a frente é o cozinheiro, sua responsabilidade é grande, afinal todos precisam repor energia para continuar a missão e a carne seca é o ingrediente principal do prato do peão boiadeiro.
 
Em entrevista exclusiva ao Portal de Aquidauana (PA), Jane Oliveira disse que a história é longa, pois o pai hoje acompanha as comitivas de carro, a coluna já não permite a cavalgada, o que o deixa triste, “mas como é apaixonado, vai de carro”. 
 
Nesta ultima viagem houve um fato que complicou a situação, Luiz Mário de Oliveira sofreu um acidente, caiu e quebrou o braço. Jane o socorreu. “Voltamos para a comitiva e foi então que aconteceu a minha participação, uma semana de muitas emoções”.
 
Jane enfatiza que sempre teve curiosidade de saber como era viajar em comitiva, de estar junto com os peões, ouvir historias na hora da janta, de comer com simplicidade e dormir na rede. “Olha, confesso que a experiência valeu, mas não foi fácil”, disse ela.
 
Durante a entrevista, Jane Oliveira frisou que foi uma experiência gratificante, afinal consegui sentir e ver de perto a vida que meu pai levou por muitos anos. “Sei agora que não era nada fácil, tenho o maior orgulho dele e dou mais valor a cada centavo ganho com uma viagem de comitiva”. 
 
A condução do gado durou trinta dias e Jane viajou com a equipe por uma semana. Tem uma linda história para contar das andanças do pai e disposição para acompanhar de novo uma comitiva. 
 
De Aquidauana o grupo que faz parte da Comitiva Pantaneira avança pelo Pantanal superando o próprio limite e enfrentando a natureza até chegar ao destino final, a entrega dos animais.
 
Foto arquivo da familia